São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Uruguai X Argentina

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Crise, medo, receio, frustração. Essas são as palavras que resumem o confronto de hoje entre uruguaios e argentinos, pelas eliminatórias da Copa da França.
O jogo reúne duas das maiores forças do futebol mundial, mas que passam por obscuro período.
Os dois times, afrontando a tradição do continente, lutam desesperadamente para superar adversários outrora frágeis, como Colômbia, Paraguai, Equador, Chile, Bolívia, Peru e Venezuela.
Apesar de quatro equipes da América do Sul, das nove que jogam as eliminatórias no continente, ganharem vaga para a Copa, a classificação de argentinos e uruguaios está seriamente ameaçada.
O Brasil, previamente qualificado por ser o atual campeão mundial, acompanha de camarote a luta de seus maiores rivais.
As campanhas
Uruguai e Argentina conseguiram só 9 pontos em 6 jogos nas eliminatórias, a mesma quantia obtida pelo Equador. A Colômbia, líder, já conta com 17 pontos.
Paraguai, segundo colocado, tem 11. Chile (8), Bolívia (6) e Peru (6) também se tornaram ameaças.
Para complicar a situação dos "reis da América do Sul" -uruguaios e argentinos venceram 14 Copas América cada um; o Brasil ganhou só quatro vezes-, as seleções dos dois países perderam importantes pontos jogando em casa.
O Uruguai caiu diante do Paraguai (0 x 2). A Argentina empatou com Paraguai e Chile (1 x 1).
Em virtude da fraca campanha, o técnico Héctor Núñez deixou o comando da seleção uruguaia. Juan Ahuntchain assumiu seu lugar. Um insucesso pode pôr fim também à era Passarella na Argentina.
Receosos com a possível eliminação, os dirigentes argentinos planejam inclusive alterar o sistema de disputa das eliminatórias sul-americanas para a Copa-2002.
Atualmente, todas as seleções se enfrentam em turno e returno.
Os argentinos acham que, pela dificuldade em reunir periodicamente os atletas que atuam no exterior, estão sendo prejudicados.
Para tanto, Julio Grondona, presidente da AFA (Associação Argentina de Futebol), busca o apoio de brasileiros e uruguaios.
Os times
O uruguaio Juan Ahuntchain aposta em um meio-campo bastante combativo para impedir o toque de bola argentino e vencer a partida. O meia Saralegui terá como função auxiliar os volantes Abeijón e Moas na marcação.
Na frente, jogarão apenas Francescoli, já recuperado de contusão, e Fonseca. O atacante Otero, suspenso, desfalca a equipe.
Na Argentina, Passarella planeja surpreender o adversário partindo para o ataque. O meia Gorosito, de volta à seleção, responderá pelas ações ofensivas da equipe, juntamente com Batistuta e Ortega.
Na defesa, a dúvida é o zagueiro Berizzo, que se contundiu. Caso não jogue, Paz deve substituí-lo.
A rodada
Outros três jogos completam a oitava rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa.
A Bolívia recebe em La Paz o Equador, surpresa do torneio. O Peru joga com o Chile, em Lima. O Paraguai, sem Chilavert, suspenso, pega a Venezuela, em Mérida.

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