São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Edison ajudou militares

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O século 20 também foi o século das duas grandes guerras mundiais. A ciência e a tecnologia foram recrutadas pelos combatentes como nunca antes tinham sido anteriormente na história humana.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) estreou inovações tecnológicas como o submarino, o tanque e os aviões de caça, ou a produção em grande escala de alimentos sintéticos para substituir os de origem natural que faltavam -como por exemplo a margarina, para substituir a manteiga.
Thomas Alva Edison também foi recrutado, tornando-se assim mais uma vez um símbolo do novo século, no qual a cooptação da ciência e da tecnologia para fins militares tornou-se rotineira.
Em 1915 Edison foi designado para presidir um conselho consultivo da Marinha dos Estados Unidos na área tecnológica, ajudando com isso a aperfeiçoar equipamentos diversos como torpedos e armas anti-submarinas, por exemplo.
Indústria militar
O recrutamento da tecnologia levaria eventualmente ao chamado "complexo militar-industrial".
Essa ligação íntima do Departamento de Defesa dos Estados Unidos com uma poderosa indústria bélica financiadora da mais moderna tecnologia permitiu a esses grupos ter uma influência grande na definição de políticas norte-americanas no resto do século.
Curiosamente, foi um presidente e ex-general norte-americano que cunhou o termo "complexo militar-industrial", Dwight Eisenhower, em 1961, alertando contra sua influência desmedida no país.
O laboratório que Edison fundou em West Orange, em Nova Jersey (EUA), foi um precursor dos modernos complexos de pesquisa e desenvolvimento dessas grandes companhias transnacionais.
Esse pioneiro centro de pesquisa industrial tinha como objetivo atrelar o processo criativo da invenção ao mundo da produção em massa. Significativamente, desde 1955 é um parque nacional, que estará comemorando o sesquicentenário do nascimento do inventor com bom número de eventos nos próximos meses.
Nascido no século 19, não há dúvida de que Edison foi um dos mais completos homens do século 20.
(RBN)

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