São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 1997
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Alunos acham a parte de literatura difícil

AUGUSTO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os candidatos que começaram a sair às 15h45 da Faculdade Ibero-Americana sentiram dificuldade nas questões de literatura da prova de português.
A maioria leu apenas as obras obrigatórias também exigidas pela Fuvest, como "Morte e Vida Severina" (João Cabral de Melo Neto).
"Não respondi as questões sobre os livros 'Confissões de Lúcio' e 'Três Mulheres de Três PPPÊS', os quais não li", diz Giovanna Mennella, 17, que tenta letras.
Marco Baldini, 17, candidato a educação física, deixou as mesmas questões em branco. "Apenas li as obras para a Fuvest. Ainda bem que caiu uma questão sobre 'Morte e Vida Severina'."
A prova de ciências biológicas foi considerada de nível médio. Fernando Travaglini, 19, que tenta engenharia elétrica, diz que achou difícil a questão sobre coagulação. "Mas repondi. Nunca deixo em branco, sempre arrisco."
Ana Cristina Delgado, 18, que tenta ciências biológicas, achou a prova mais difícil que a de português. "Não me dediquei muito a minha área. Estudei de tudo um pouco."
Segundo José Francisco Lé, coordenador de português do curso Objetivo, as questões de literatura estavam voltadas para quem leu e analisou os livros.
"Exigiam não apenas uma leitura descompromissada, mas atenta e aprofundada."
Ele não achou problemas nas questões, que considera bem elaboradas e inteligentes. "Mas, na 5, colocaram o Lula como parlamentar, o que ele não é mais", diz.
Ele afirma que esse dado errado não prejudica a resolução. "É apenas um problema de falta de exatidão", reforça.
Para resolver as questões que envolviam duplo sentido e construções erradas, segundo Lé, os candidatos tinham de ter capacidade de análise e espírito crítico.
Já a prova de biologia exigia respostas objetivas e imediatas, diz Clézio Morandini, coordenador do Objetivo. "É um exame que envolve tanto raciocínio quanto memorização."
Segundo ele, não havia questões consideradas muito difíceis. "Acho louvável a ênfase em biologia animal e genética, pois trabalham o raciocínio", afirma.

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