São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 1997 |
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Projetos de restauração recebem US$ 200 mi
RUI NOGUEIRA
As negociações vão até dia 24 e encerram-se com a assinatura de um contrato de US$ 100 milhões, valor da primeira parte do acordo. O dinheiro começa a chegar ao Brasil no segundo semestre e será usado em projetos selecionados a partir de uma lista de 18 já feita pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). "A lista não é uma obra fechada, algo que não possa ser revisto. É o levantamento de norte a sul do que consideramos importante para um programa de caráter nacional", disse o arquiteto José Leme Galvão, coordenador do Iphan e que faz parte do grupo de negociação com o BID. "Regeneração" Pelo acordo com o BID, o dinheiro não deve ser gasto apenas no restauro de edifícios antigos e posterior transformação em simples vitrines históricas -a antiguidade do patrimônio não define, necessariamente, a prioridade do investimento. O projeto entregue ao BID deixa claro que a recuperação física é o passo inicial, mas o objetivo final é a "regeneração do tecido urbano" a partir do valor artístico e cultural, e não apenas histórico dos centros urbanos. O Iphan quer que as áreas restauradas sejam usadas para atividades comerciais e culturais e até mesmo como moradia. A revitalização do conjunto histórico do Porto de Corumbá (MS), por exemplo, tem como um dos objetivos preparar a cidade para as pressões em decorrência da instalação de uma ZPE (Zona de Processamento e Exportação), já aprovada pelo governo federal, e da construção do gasoduto Brasil-Bolívia. O Iphan calcula que ao fluxo turístico, por causa do Pantanal, vai juntar-se à migração de mão-de-obra à procura de trabalho e de novas oportunidades nos negócios por conta dos projetos econômicos previstos para a região. Segundo Galvão, tão importante quanto ser possível executar o projeto, é que a área restaurada passe a ter vida própria, siga "uma linha de desenvolvimento urbano sustentado". Fundo perdido Os US$ 80 milhões do BID e do governo federal serão emprestados a fundo perdido (espécie de doação financeira). O Ministério da Cultura, ao qual é ligado o Iphan, já foi autorizado pelo Ministério do Planejamento a contratar o empréstimo do BID. Pelo Programa de Revitalização de Sítios Urbanos, além da recuperação dos prédios, serão feitas melhorias na infra-estrutura dos equipamentos urbanos e na sinalização e até ministrados cursos de educação para a população que vai conviver ou viver nas áreas restauradas. Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Os 18 projetos do Programa de Revitalização de Sítios Urbanos Índice |
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