São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA planejam banir remédio que pode gerar parada cardíaca

Antialérgico suspeito também é vendido no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

A FDA (órgão do governo norte-americano que regula alimentos e medicamentos) planeja retirar do mercado o antialérgico Seldane -vendido no Brasil como Teldane-, usado por 135 milhões de pacientes em todo o mundo.
Tomado junto com outros remédios, como antimicóticos e antibióticos com eritromicina, o Seldane pode levar à morte por parada cardíaca. Ele combate doenças como rinite alérgica e urticária.
A Hoechst Marion Roussel, fabricante do remédio, tem 30 dias para tentar provar que ele não oferece perigo. Para a FDA, o risco da associação com outros medicamentos "quase certamente não pode ser eliminado".
Nos Estados Unidos, o rótulo traz advertência sobre os perigos do uso combinado desde 92.
Mas um estudo feito de 94 a 96, publicado no "Journal of the American Medical Association", mostrou que 3% dos usuários do Seldane tomaram junto remédios de associação perigosa.
"A pessoa que tem rinite crônica, por exemplo, toma o medicamento continuamente. Se aparece outro problema, como uma micose, ela esquece de relatar o uso ao médico e acaba fazendo a associação perigosa. É difícil controlar", diz Julio Croce, professor de pós-graduação em alergia da USP.
A Hoechst informou ontem que a venda do Teldane no Brasil continua autorizada. A empresa pretende "defender agressivamente" o Seldane nos EUA e prepara pedido ao Ministério da Saúde para introduzir um novo antialérgico no mercado brasileiro.
O Ministério da Saúde não soube informar se alguma medida contra o Teldane está em estudo.

Texto Anterior: PAS deve R$ 30 milhões para fornecedores, diz secretário
Próximo Texto: Polícia se infiltra em escola atrás de droga
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.