São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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'À Beira' esconde o crime

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

O investigador particular Philip Marlowe é contratado para encontrar uma pessoa desaparecida. O que é uma tarefa aparentemente simples se converte, rapidamente, em vertigem e tumulto.
Em poucas linhas é essa a história que será oferecida ao espectador de "À Beira do Abismo", que será exibido hoje na TNT logo pela manhã, às 10h.
Reunião incomum de talentos (o ator Humphrey Bogart, o diretor Howard Hawks e o romancista William Faulkner na adaptação do livro de Raymond Chandler), "À Beira" não é apenas um policial. O crime e sua solução importam pouco, ou, na verdade, nada importam. O que se busca aqui é estabelecer o jogo, as idéias em movimento e o ardil de cada ato.
E seguindo a regra implícita que há na partida, tudo só existe em função da paixão pela encenação e o fingimento.
Nada nunca está onde se imaginou antes; e toda informação fornecida é apenas para desviar a atenção dos participantes.
Um mito sobre o "À Beira" conta que no final das filmagens -em consequência de tantos labirintos- ninguém mais sabia quem era o culpado. Mas sabiam também que isso pouco importa, porque é assim, sempre, em um romance negro.
(MR)

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