São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997
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Paternidade clara; Guerra dos números; Desejo ambicioso; Começar de novo; Jogo empatado; Comédia brasiliense; Sobe e desce; Isca podre; Opção feita; Jogo conjunto; Como antigamente; À beira do balcão; Corpo fora; Milhares de motivos; Noiva oferecida

Paternidade clara
O momento de levar a emenda da reeleição ao plenário da Câmara será decidido pelo próprio FHC. Nenhum dos operadores governistas no Congresso assumirá essa responsabilidade.

Guerra dos números
Após a vitória de ontem na comissão especial da Câmara, uma ala governista dizia que a contabilidade pró-reeleição já esbarrava em 308 votos no plenário. Outro grupo continuava com a conta de anteontem: 281 votos.

Desejo ambicioso
Um cacique governista afirma que FHC continua querendo votar os dois turnos da reeleição antes das eleições para as presidências do Senado e da Câmara.

Começar de novo
O Planalto vai fazer uma recontagem dos votos favoráveis à reeleição na Câmara. Em vez da simples expectativa de voto, como ocorreu nos levantamentos anteriores, só as "decisões de voto"serão computadas.

Jogo empatado
No sabão que passou nos peemedebistas, FHC disse: 'Ènfiaram uma faca nas minhas costas. Quero um gesto para tirar a faca. E tempo para cuidar da ferida". O PMDB deu o "gesto" ontem na comissão especial.

Amigos da pesada
Os senadores Sarney, Jader, Iris e Cunha Lima, que formam o grupo anti-Planalto no PMDB, esperam a adesão de Newton Cardoso. Juntos, controlariam entre 35 e 40 votos na Câmara.

Comédia brasiliense
De Aldo Rebelo (PC do B): "Isso do governo ter um matrimônio em comunhão de bens com PSDB e PFL e de separação de bens com PMDB vai virar um filme: 'Três Casamentos e um Funeral'. Funeral da reeleição".

Sobe e desce
Depois do atrito entre PMDB e governo, a candidatura de Prisco Viana (PPB) à presidência da Câmara voltou a crescer. Nos últimos dias, ele conseguiu apoio da esquerda e reduziu resistências em seu partido.

Isca podre
O PMDB do Senado tentou jogar FHC contra ACM, ao insinuar ontem que toparia votar um turno da emenda da reeleição em janeiro se o Planalto se mantivesse neutro na disputa pela presidência da Casa.

Opção feita
FHC continuará a apoiar ACM. Após a crise com o PMDB, o Planalto se convenceu de que Iris Rezende não é confiável. "O ACM está fortíssimo. FHC não cavará um buraco para tapar outro", diz um governista.

Jogo conjunto
Em troca da adesão de Temer, os senadores do PMDB se comprometeram a garantir sua posição contra represálias do PFL: seus deputados só votam a reeleição se o pefelê cumprir o acordo para eleição da Câmara.

Como antigamente
A reeleição de FHC ganhou ontem um reforço que em outras épocas seria decisivo: o chefe do EMFA, general Benedito Leonel. Para o general, a reeleição "é o caminho natural das coisas". Diz que vai melhorar o país.

À beira do balcão
As substituições dos petebistas Duilio Pisaneschi (SP) e Philemon Rodrigues (MG), na comissão da reeleição, ocorreram porque o PFL foi informado que ambos teriam feito acordo com com Maluf para votar contra.

Corpo fora
Pressionado, Pisaneschi, que tem cargos no governo, pediu para ser substituído. Só apelou para que a troca parecesse um ato de força. Para poder se justificar junto a Maluf, se fosse cobrado pelo ex-prefeito.

Milhares de motivos
No caso de Philemon Rodrigues, o PFL manteve o deputado sob observação mesmo depois que ele foi expurgado da comissão. Até pendências antigas saldadas por ele foram detectadas.

Noiva oferecida
Líderes do PTB voltaram a negociar ontem a entrada do partido no bloco PPB-PL.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Moreira Franco (PMDB-RJ), sobre os senadores do partido pedirem aos deputados para votar a emenda da reeleição somente após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado:
- Os senadores querem aparecer como Tiradentes, mas colocando o pescoço dos deputados na forca.

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