São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997 |
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Decisão no plenário deve sofrer atraso
MARTA SALOMON
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), decidiu ontem que quer dividir essa responsabilidade com FHC. A decisão vai demorar pelo menos 48 horas -prazo em que o comando político do governo vai avaliar com quantos votos poderá contar. "Não tenho pressa", disse Luís Eduardo sobre a possibilidade de o primeiro turno da votação ocorrer na próxima quarta-feira, dia 22, como estava previsto antes da última crise na base governista. Foi o primeiro aceno para a tentativa de um acordo com o PMDB. O PFL se dispõe a adiar o segundo turno da votação da emenda para 15 de fevereiro, depois da eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Sorte "Para votar, vamos precisar de três palavras-chave: calma, entendimento e sorte", resumiu o líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE), depois de realizar uma primeira avaliação com o presidente da Câmara. Inocêncio Oliveira disse que a alternativa de convocação de um plebiscito popular sobre a reeleição perdeu força depois do resultado da comissão especial. "O plebiscito tornou-se muito mais difícil, praticamente descartável", afirmou. O líder do PFL foi quem lançou publicamente a alternativa do plebiscito como a "carta na manga" que o governo teria para aprovar a reeleição, diante da eventual falta de votos no Congresso. Até ontem, o comando político do governo não tinha conseguido medir o apoio à emenda que concede a FHC a possibilidade de disputar um segundo mandato no ano que vem. Bússola "A coisa está muito nervosa, a bússola está meio doida", observou o presidente do PSDB, senador Teotonio Vilela Filho (AL), à espera de um "fato novo" que consiga reatar as relações do PMDB com o governo. A maior preocupação dos governistas é evitar riscos. Por esse motivo, a avaliação precisa do quadro de apoio à emenda da reeleição não será rápida. A cúpula política do governo vai conferir voto a voto, bancada por bancada, e enfrenta uma dificuldade extra: o crescimento do número de indecisos. "Temos que ter certeza de 340 votos no plenário. Não se brinca em serviço", observou o embaixador Jorge Bornhausen, no intervalo das várias reuniões de avaliação de que participou ontem. Os governistas não desistiram de investir no entendimento no Congresso. Avaliam que a convocação de um plebiscito é uma alternativa "complicada". Texto Anterior: FHC fica ansioso para saber votação Próximo Texto: Governo propõe "votação a prestações" para reeleição Índice |
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