São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997
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Déficit do Tesouro Nacional dobra em 96

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O déficit de caixa do Tesouro Nacional em 96 superou em mais de 100% o resultado negativo de 95.
No ano passado, as despesas superaram as receitas em R$ 9,412 bilhões. No ano anterior, essa mesma conta ficou em R$ 4,45 bilhões.
O secretário do Tesouro, Eduardo Guimarães, disse ontem que o aumento do pagamento de juros reais -acima da inflação- foi o item que mais influenciou negativamente o resultado de caixa.
Em 95, essa despesa foi de R$ 13,402 bilhões, e em 96, chegou a R$ 16,567 bilhões.
Pelo critério de necessidade de financiamento, as contas do Tesouro também pioraram.
No resultado primário -que exclui o pagamento de juros-, houve um superávit acumulado no ano de R$ 2,947 bilhões. Em 95, o acumulado foi de R$ 3,865 bilhões.
Com isso, o resultado primário caiu de 0,51% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país) para 0,38%.
Incluindo o pagamento de juros, o resultado ficou negativo em R$ 9,77 bilhões. Em 95, foi de R$ 10,53 bilhões no vermelho.
A diferença entre essas metodologias é que, no critério de caixa, são considerados os gastos efetivamente feitos no mês.
Assim, se o governo concede um empréstimo a produtores rurais, por exemplo, o desembolso é considerado como despesa pelo critério de caixa.
Na outra metodologia, é computado o custo desse empréstimo (diferença entre os juros que o governo cobra e os juros dos títulos que o Tesouro emite para obter os recursos para esse empréstimo).
As despesas do governo subiram quase R$ 2 bilhões de 95 para 96. Elas tiveram um aumento superior ao das receitas -1,9% e 0,9%, respectivamente.
Guimarães disse que houve um crescimento geral de despesa, principalmente com a área da saúde, e que a meta para 97 é ter superávit primário das contas públicas de 1,5% do PIB.

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