São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997
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Cresce número de alunos no ensino básico

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Folha levantou dados das matrícula realizadas nas escolas da redes pública e particular nos últimos dois anos em 19 Estados e no Distrito Federal.
Na próxima segunda-feira, o Ministério da Educação deverá divulgar o censo educacional, que trará a evolução da matrícula de 1995 para 1996 em todas as unidades da federação.
Segundo o levantamento feito pela Folha, só houve queda no número de matrículas nos Estados de Goiás (4,8%) e São Paulo (1,6%).
Em Goiás, a queda no número de alunos de 1º grau aconteceu principalmente nas escolas das redes municipal e particular.
Já em São Paulo, segundo a Secretaria de Estado da Educação, a queda no número de matrículas é resultado de um recadastramento, promovido em 1995, que constatou que havia 285 mil alunos fantasmas nas escolas públicas de 1º e 2º graus.
Ou seja, o número de matrículas em 1995 estava superestimado e foi corrigido em 1996 (leia texto nesta página).
Ceará e Alagoas
Ceará e Alagoas foram os Estados que apresentaram maior crescimento do número de alunos no 1º grau.
No Ceará, 229,4 mil novos alunos passaram a frequentar a escola em 1996 -o equivalente a um aumento de 16,3%. Em Alagoas, o aumento nas matrículas de 1º grau chegou a 4,03%.
O crescimento no número de crianças e adolescentes que estudam no Ceará é fruto, sobretudo, do trabalho dos agentes comunitários de saúde.
Desde julho de 1995, eles fazem levantamento casa a casa do número de crianças que estão sem estudar. Ao mesmo tempo, conscientizam os pais sobre a importância da escola.
O crescimento no número de matrículas também foi superior ao crescimento da população no Amapá (2%), Tocantins (6,2%), Maranhão (1,4%), Paraíba (2,3%), Minas Gerais (2,4%), Rio Grande do Sul (1,3%), Santa Catarina (3,3%) e Distrito Federal (3,6%).
Aumento menor
Em 6 das 21 unidades da federação em que havia dados sobre matrículas, o aumento do número de alunos foi inferior à taxa de crescimento da população brasileira, que chegou a 1,29% em 1995.
Isso significa que, embora o total de alunos matriculados tenha aumentado, não houve alteração significativa na taxa de escolaridade, porque as novas vagas apenas acompanharam o crescimento da população.
Fazem parte desse grupo os Estados de Rondônia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Êxodo das particulares
O número de alunos matriculados nas escolas particulares de 1º grau caiu em 12 das 21 unidades da federação pesquisadas pela Folha.
A maior queda aconteceu no Tocantins. Em 1995, o Estado registrava 12.721 alunos matriculados em escolas particulares. No ano passado, esse número caiu para 9.608 -queda equivalente a 24,5%.
Também houve queda significativa no número de alunos matriculados em escolas particulares no Amapá (6,2%), Rio Grande do Norte (6,5%) e Pernambuco (8,5%).
Já no Ceará, Alagoas, Distrito Federal e Santa Catarina, o número de alunos das escolas particulares aumentou bastante de 1995 para 1996.
Esses Estados são também os que apresentaram maior crescimento no número total de matrículas registradas.

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