São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997 |
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Ano já começa com déficit de US$ 1 bi
GUSTAVO PATÚ; DENISE CHRISPIM MARIN; VIVALDO DE SOUSA
Confirmado o resultado, será o terceiro déficit comercial mensal na casa do bilhão de dólares desde outubro do ano passado. Em 95, quando o governo foi obrigado a frear o crescimento para conter as exportações, houve apenas um resultado mensal nesse patamar, em fevereiro. Para 97, o governo espera que o déficit não seja muito superior a US$ 6 bilhões. Mas, pelas avaliações mais recentes transmitidas à Folha, a cifra de janeiro ainda poderá se repetir em fevereiro. A previsão é de que apenas a partir de março as exportações devam superar o patamar de US$ 4 bilhões, a média projetada com base nos embarques dos últimos meses de 1996. Se isso não acontecer, crescem muito as chances de o governo adotar um "freio" na atividade econômica -leia-se restrições ao crédito, ao consumo e aos investimentos. Em março, as exportações devem crescer com o início dos embarques da safra agrícola, agora beneficiados com a isenção do ICMS. Siscomex A expectativa do governo é que as importações mantenham média mensal de US$ 5 bilhões durante este ano, salvo sustos como a compra externa imprevista de petróleo em setembro e em outubro do ano passado. A estimativa de déficit de US$ 1 bilhão em janeiro e em fevereiro leva em consideração os problemas verificados com o início das operações do segmento de importação do Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior). Embora tenham surgido suspeitas de que esses problemas poderiam reduzir as importações em janeiro e, consequentemente, o déficit, os dados da Receita Federal mostram que o movimento deverá ser contrário. O total de DIs (declarações de importação) registrado na última terça-feira até as 19h foi de 3.100. Em janeiro do ano passado, a média diária havia sido de 2.500. Se a tendência prosseguir, há maior probabilidade de o Siscomex facilitar a entrada dos importados ao longo do mês do que de coibi-la. Estímulo à exportação Para diminuir o déficit na balança comercial (exportações menos importações), o governo deverá estimular as vendas externas. A entrada de produtos não pode ser desestimulada, em tese, por causa da opção do governo pela abertura comercial e da reação internacional. Nos próximos meses, o governo deverá implementar um programa para aumentar a competitividade interna e externa dos produtos de vários setores. Crédito especial Uma lista de 15 setores produtivos que demonstram potencial para agregar mais qualidade e custos menores aos seus produtos já começou a ser avaliada. A idéia preliminar é oferecer linhas de crédito especiais por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com condições de pagamento semelhantes às oferecidas em outros países para os mesmos setores. (GUSTAVO PATÚ, DENISE CHRISPIM MARIN E VIVALDO DE SOUSA) Próximo Texto: Ladeira abaixo; Liderança coreana; Volta ao mercado; Mantendo a pose; Herança de Tróia; Cliente português; Em expansão; Faturamento ecológico; Concorrência real; Em tempo recorde; Até maio; Sem reclamações; Troca de comando; Demanda aquecida Índice |
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