São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997 |
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PMDB 'deve' quase 150 cargos ao governo
LUCIO VAZ
O porta-voz Sergio Amaral foi claro na última terça-feira: "Se o PMDB optar por não mais apoiar o governo, não faz sentido que ele fique no governo, e o partido saberá, então, retirar-se do governo e dos cargos que ocupa". Líder da articulação contra a votação da reeleição, o senador Iris Rezende (GO) fugiu do assunto: "Ministro é assunto do presidente. É ele quem decide". Questionado sobre as indicações que fez, respondeu: "Tenho dois ou três cargos no Estado". Ele realmente tem poucos, mas o seu grupo controla 15 cargos federais em Goiás. O governo já tem pronta uma lista de 150 cargos preenchidos pelo PMDB. Se permanecer o impasse na votação da reeleição, podem começar as demissões. O ministro Sérgio Motta (Comunicações) deu um aviso ao PMDB do Mato Grosso em audiência com os deputados do Estado anteontem. A deputada Teté Bezerra, mulher do senador Carlos Bezerra, ouviu o recado constrangida. Segundo relato dos presentes, Motta afirmou que, aqueles que têm os benefícios, devem colaborar quando o presidente precisa. Depois disse para a deputada avisar ao senador que ele deveria se "enquadrar". Caso contrário, seus afilhados seriam demitidos. Bezerra indicou o superintendente do Incra, o chefe do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) e um diretor da Telemat (Companhia Telefônica do Mato Grosso) no Estado. Além disso, foi o responsável pela maioria das liberações das verbas do Orçamento para o MT. O governo terá dificuldade para fazer algumas demissões, porque nem sempre os padrinhos são identificados. Há casos em que bancadas de vários partidos fazem uma indicação, quando o padrinho é, na verdade, apenas um parlamentar. Texto Anterior: O mapa dos conchavos Próximo Texto: Os cargos do PMDB no governo FHC Índice |
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