São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Fungos contaminam biblioteca da Fundação Oswaldo Cruz

Técnicos dizem que situação de livros não é irreversível

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A biblioteca da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio, com 500 mil volumes, alguns deles únicos no Brasil, foi atingida por fungos e está interditada desde o início do ano. Funcionários tiveram problemas de alergia e quatro deles estão de licença médica.
Além dos livros, foram atingidos dois quadros -um de Orlando Teruz e outro de Manabu Mabe-, que estão sendo descontaminados.
Segundo o coordenador de conservação e restauração da Biblioteca Nacional, Gilson Cruz de Oliveira, que analisou a situação dos livros da Fiocruz, eles não sofreram danos irreversíveis. Isso ocorreria se se demorasse mais um mês para tomar providências.
A principal razão para a proliferação dos fungos foi o mau funcionamento do ar-condicionado, que começou a apresentar defeito em julho e só começou a ser reparado em dezembro, segundo a diretora da biblioteca, Maria Élide.
Segundo ela, o padrão para boa conservação de livros é manter a biblioteca entre 20°C e 22°C e com umidade relativa do ar de 50%.
Maria Élide diz que a temperatura não estava sendo controlada. "Em uma sala estava 16°C, em outra, 24°C", disse.
Quando, no final do ano passado, choveu durante uma semana no Rio e logo depois veio um forte calor, houve proliferação dos fungos, e a umidade relativa do ar chegou a 85%. "Quando a biblioteca foi aberta, depois das folgas de fim de ano, a situação estava muito pior", disse a responsável pelos serviços de processamento técnico da biblioteca, Jeorgina Gentil.
Ela, como os funcionários que estão trabalhando em regime de plantão, usa máscaras cirúrgicas para percorrer o local. Alérgica, sentiu fortes dores de cabeça e irritação na garganta.
A empresa de controle biológico Controbio, contratada para apontar as soluções para o problema, já tomou medidas emergenciais.
Todas as portas e janelas estão abertas. Segundo a diretora, os fungos estacionaram depois disso.
O diretor da Controbio, Luís Fernando de Góes Siqueira, disse que também contribuiu para a contaminação uma infiltração no prédio, inaugurado em 95.
A biblioteca recebe, por dia, entre 200 e 300 pesquisadores.

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