São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Prefeitura pede limpeza sem pôr lixeira

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo está fazendo uma campanha educativa de limpeza urbana nas ruas do centro da cidade, mas não instala lixeiras para a população jogar a sujeira.
A Folha percorreu ontem diversas ruas da região e observou que quase não há cestos de lixos públicos disponíveis à população.
Em alguns trechos, principalmente na área do Mercado Municipal, o primeiro alvo da operação da prefeitura e um dos pontos críticos de acúmulo de sujeira, há quarteirões em que não há nenhuma lixeira pública.
A prefeitura não respondeu aos telefonemas da Folha, na tarde de ontem, para comentar o assunto (leia texto ao lado).
Nos quatro quarteirões da rua Barão de Duprat, entre as vias Senador Queiróz e Doutor Itapura de Miranda, não havia na tarde de ontem uma única lixeira -nos dois lados da calçada.
O gerente da lanchonete La Barca, na esquina da rua Barão de Duprat com a avenida Senador Queiróz, Macedo Alves, 35, afirma que os três lixos de plástico instalados no estabelecimento já se tornaram públicos.
"Como não tem lixo na rua aqui perto, as pessoas entram e jogam todo tipo de sujeira na nossa lixeirinha", reclama.
A ação educativa da prefeitura se limita a distribuir panfletos com orientações de como organizar o recolhimento do lixo. Os folhetos são entregues à população por agentes nos locais onde a operação é intensificada -a cada dia, uma área diferente.
Árvores protegidas
Alguns comerciantes da Barão de Duprat, para proteger as árvores plantadas na frente de seus estabelecimentos, instalaram uma tela de metal dentro dos vasos. A grade impede que pontas de cigarro acesas atinjam as plantas.
Na rua da Cantareira, que margeia o Mercado Municipal, havia apenas duas lixeiras de concreto em um percurso de três quarteirões. Mesmo tendo sido limpa na última terça-feira pela prefeitura, ontem a rua já estava suja.
Havia latas, papel picado, plástico, pontas de cigarro e pedaços de frutas espalhados pelo chão.
"Não tem jeito. Já passamos por aqui três vezes hoje (ontem) de manhã e não conseguimos vencer os porcões que sujam as ruas", disse Rosivaldo da Silva, 23, varredor que trabalha na região.
Segundo a empresa Pavter, responsável pela limpeza do centro da cidade, trabalham na área duas equipes de 55 varredores, que se alternam em dois turnos diários.
Hoje, a prefeitura concentra a limpeza na região de Campos Elíseos, que inclui as vias Duque de Caxias, Rio Branco e parte do Elevado Costa e Silva, o Minhocão.

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