São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Médico cobra R$ 75 por consulta em SP

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A consulta médica no Estado de São Paulo está custando, em média, R$ 75, depois de o preço desse serviço ter aumentado mais do que o dobro da inflação desde o início do Plano Real.
Esse custo médio da consulta é resultado de uma pesquisa inédita da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) a que a Folha teve acesso.
O trabalho, encomendado por entidades lideradas pela APM (Associação Paulista de Medicina) e empresas com planos próprios de saúde -representadas pela Abrasp (Associação Brasileira dos Serviços Assistenciais de Saúde Próprios de Empresas)-, será divulgado na próxima semana.
O objetivo da pesquisa é obter um referencial de preço de consulta para a discussão de valores pagos aos médicos pelas empresas que têm planos próprios de saúde.
A Fipe ouviu 1.400 médicos de dez especialidades e de dez regiões do Estado. O preço mínimo de consulta particular encontrado foi de R$ 20; o máximo, de R$ 180. Boa parte dos médicos -80%- disse cobrar de R$ 47 a R$ 90.
A Fipe informa que os preços dos serviços médicos na cidade de São Paulo subiram 21,17% em 1996 -pouco mais do que o dobro da inflação do período (10,03%).
Para Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preço ao Consumidor) da Fipe, os preços dos serviços médicos devem continuar subindo mais do que a inflação neste ano. "É um serviço qualificado e a demanda é crescente."
A tendência é a medicina se sofisticar, diz ele, o que significa aumento de custo e de preço.
A Fipe foi convidada, no segundo semestre do ano passado, a mediar as negociações entre as entidades médicas e as empresas que têm planos próprios de saúde porque não havia acordo sobre o preço das consultas. "A Fipe funcionou como árbitro", diz Roberto Cury, presidente da Abrasp.
Segundo ele, desde o dia 8, o preço da consulta subiu para R$ 27. A partir de fevereiro, sobe para R$ 28; em março, vai a R$ 29.
Apesar de esses preços já estarem sendo praticados, conta, um novo encontro marcado para o próximo dia 23 vai encerrar as negociações.

LEIA MAIS sobre serviços médicos à pág. 2-6

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