São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Paula tem o melhor 'tiro' das finais

Decisão começa amanhã

EDGARD ALVES

A ala-armadora Paula entra na decisão do Estadual feminino como a principal cestinha, pela média de pontos, entre as finalistas.
Ela defendeu o Microcamp/Campinas em 19 jogos, nos quais fez 590 pontos, média de 31,1/jogo.
Paula é também a que acertou mais tiros de três pontos no campeonato: 66 arremessos certos.
No time adversário -Seara/Americana-, a cestinha é a pivô Karina, com 640 pontos, em 23 partidas, média de 27,8.
Aos 34 anos, com as medalhas de ouro do Mundial e prata da Olimpíada, suas principais conquistas, Paula tenta mais uma vez chegar ao título estadual, que ganhou pela primeira vez, com a Unimep (1981) e a última, com a Cesp-Unimep (1994), equipes de Piracicaba.
*
Folha - O Microcamp é favorito nesta decisão?
Maria Paula Gonçalves da Silva - Não. Pelo retrospecto, é o Seara, a única equipe que tinha patrocínio no início do campeonato, fez as contratações que planejou e perdeu apenas duas vezes.
Folha - Qual o ponto forte do Microcamp?
Paula - Temos a Razija, pivô forte, de 2,03 m, agora mais entrosada com o time. Também temos jogado com bastante velocidade.
Folha - E o do Seara?
Paula - A força do conjunto. Tem jogadoras boas fora e dentro do garrafão, como a Alessandra, Karina, Pamela, Cathy. Mesmo assim, acreditamos na vitória.
Folha - Qual é a maior preocupação na véspera de uma decisão?
Paula - Manter o que vem sendo feito na parte de arremesso, na parte física e pensar no adversário, nas alternativas para a vitória.
Folha - Como você se sente como a única remanescente da seleção de 1976 que joga nesta decisão?
Paula - Estar nesta final é mais um desafio. Há três anos, venho mudando minha posição de armadora para ala. Tenho assumido a responsabilidade de pontuar.
Esse negócio de veterana ou velha não existe. Importa o que está na cabeça da gente. Estou bem, mais madura. Sei que posso ajudar o time dentro e fora da quadra, aproveitando minha experiência.
Folha - Você já parou com a seleção. Planeja encerrar a carreira?
Paula - Com meus 34 anos e média de 30 pontos, me sinto útil, com prazer de jogar, de fazer o que faço. Ainda não pensei nisso.
Folha - Você desistiu de jogar na WNBA, a versão feminina da liga profissional norte-americana?
Paula - Ao contrário. Tento acertar a minha ida, mas não posso deixar de jogar aqui para ganhar menos lá. Nada de experiência e aventura. A liga me passou a possibilidade de compensação com patrocínio pessoal.
Folha - Aponte alguns técnicos que você julga competentes para assumir a seleção brasileira?
Paula - Há vários: Laís, do Polti; Barbosa, do Micro; Vendramini, do Seara; Maria Helena, do BCN. O ideal seria que trabalhassem juntos. O basquete só ganharia. Cada um tem suas qualidades.

Texto Anterior: Zagallo vai convocar a 'força máxima'
Próximo Texto: Rodman dá pontapé, mas promete flor ao agredido
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.