São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Invasores deixam sede do Incra em Natal

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) libertou ontem a superintente-adjunta do Incra em Natal (RN), Graça Arruda, que era mantida como refém desde quarta-feira passada.
A decisão foi tomada em assembléia por cerca de 400 trabalhadores rurais que ocupavam o prédio. Os lavradores também aceitaram deixar o local em troca da promessa de negociação para o atendimento de suas reivindicações.
O acordo entre o Incra e o MST, firmado às 13h30 (14h30 em Brasília), prevê a realização de uma reunião na próxima terça-feira, com a presença de um representante da direção nacional do Incra e de entidades de direitos humanos.
Os trabalhadores reivindicam agilização no processo de desapropriação de 11 áreas no Estado, a liberação de recursos do Procera (Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária) e de fomento e a contratação de técnicos para dar assistência nos assentamentos.
"Solução pacífica"
A superintendente-adjunta chorou ao ser informada de sua libertação. Antes de deixar o prédio, disse que acreditava em "solução pacífica" para o caso e confirmou sua presença na reunião da próxima terça-feira.
O líder do MST no Estado, Hélio Freitas, negou que a entidade tenha recuado para evitar um possível confronto com a Polícia Federal, que já estudava meios de desocupar o prédio.
"Cedemos apenas na forma de negociação, mas não vamos ceder nas reivindicações", afirmou. Segundo ele, se não houver acordo na próxima semana, os lavradores vão estudar novos meios de pressionar o governo.
A ocupação da sede do Incra ocorreu quarta-feira e não houve violência física. Por dois dias, os trabalhadores rurais, portando facas, foices e enxadas, mantiveram sob controle a entrada e saída de pessoas do prédio.

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