São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Padre acusa dois policiais de extorsão
OTÁVIO CABRAL
Os acusados foram indiciados em inquérito instaurado pela Corregedoria da Polícia Civil. Um deles, o agente policial Alessandro Nunes Pereira, foi afastado do Denarc. O outro policial, que é investigador, não teve seu nome divulgado pela Corregedoria. Eles negam que tenham tentado extorquir o padre (leia abaixo). O padre procurou a Ouvidoria da Polícia de São Paulo, na última quarta-feira, para denunciar a suposta extorsão. Segundo ele, por volta das 11h30 de terça-feira, os dois policiais prenderam em Sapopemba (zona leste) os supostos traficantes J.M.F.L., 17, e A.B.F., 18, que estariam portando crack e maconha. Logo após a prisão, os policiais teriam entrado em contato com a irmã de A.B.F. e exigido R$ 3.000 para não levar os dois à delegacia. Como a família não tinha o dinheiro, os policiais teriam colocado os supostos traficantes em uma Parati da delegacia e desaparecido. Por volta das 13h, o padre S.P. soube da prisão dos garotos, que participam das atividades do centro que ele coordena, e da suposta tentativa de extorsão. Junto com dois amigos, ele saiu procurando os garotos no carro da entidade. Quando conversava com um irmão de A.B.F., na rua Forte de Iguatemi, em Sapopemba, o padre afirmou ter sido abordado pelos mesmos policiais que haviam prendido os jovens. O padre estava sem batina, vestindo calça e camiseta. Armados, os policiais teriam revistado o padre e apontado armas para ele. Segundo o padre, o agente policial Alessandro Nunes Pereira o teria acusado de ser o chefe do tráfico de drogas no bairro e pedido R$ 10 mil para não prendê-lo. S.P., então, teria se identificado como padre e discutido com os policiais, que ameaçaram prendê-lo por desacato a autoridade. Quando perceberam que S.P. era realmente padre, os policiais teriam desistido da extorsão e proposto que o menor de idade fosse responsabilizado pelo tráfico e os outros liberados. O padre não aceitou e foi ao Denarc. O outro policial, que seria negro e estaria com a mão engessada, teria dado um tapa no rosto de um amigo do padre, em um bar ao lado do Denarc, e ameaçado matá-los caso denunciassem a extorsão. Eles fizeram a denúncia, mas pediram que seus nomes não fossem divulgados. Texto Anterior: Começa a venda de camarotes na BA Próximo Texto: Caso é inédito na ouvidoria Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |