São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Perueiro deve substituir ônibus em linha deficitária

Medida evitaria possível aumento da passagem ou do subsídio

DA REPORTAGEM LOCAL

As frotas de ônibus que circulam por linhas deficitárias da periferia de São Paulo deverão ser substituídas por peruas.
O anúncio foi feito ontem pelo secretário municipal dos Transportes, Carlos de Souza Toledo, que se reuniu ontem com o prefeito Celso Pitta e com a Transurb (sindicato das empresas de transporte coletivo).
As empresas de ônibus deixariam essas linhas, transferindo seus veículos para áreas onde a demanda é maior. Os perueiros passariam a fazer o transporte nessas regiões.
A medida foi uma das saídas encontradas para evitar o aumento da passagem ou do subsídio pago pela prefeitura.
As empresas de ônibus alegam que estão operando no vermelho. Hoje, as empresas recebem por passageiro R$ 0,80 e mais um subsídio de R$ 0,05. Dizem que o pagamento total teria que ser de R$ 1.
Segundo o presidente da Transurb, no último ano o número de passageiros caiu cerca de 10%, principalmente por causa dos perueiros clandestinos. Ao mesmo tempo, teria havido um aumento dos custos.
Na reunião, Pitta descartou o aumento da passagem e do subsídio. O remanejamento dos ônibus para as áreas de maior demanda foi proposto para diminuir o suposto prejuízo das empresas.
"Os perueiros vão operar como serviço complementar ao ônibus", afirmou o secretário dos Transportes, Carlos de Souza Toledo.
Na cidade de São Paulo, segundo a secretaria, existem hoje 2.141 motoristas de lotação credenciados e 3.000 clandestinos (as associações de clandestinos dizem que existem cerca de 15 mil).
Perueiros
O presidente da Associação dos Transportadores em Autolotação da zona sul, Laércio Ezequiel dos Santos, diz que concorda, em princípio, com a medida anunciada pela prefeitura.
"É preciso apenas que existam critérios. Não adianta colocar dezenas de peruas numa linha de demanda baixa, que acaba não compensando", afirma.
Ele diz que hoje existem muitos perueiros cadastrados que não podem operar na linha em que foram colocados pela prefeitura devido ao excesso de peruas trabalhando na mesma área.
"Como tem muita gente, os perueiros mais antigos não deixam que mais motoristas entrem na linha, e o cara acaba operando em rotas não autorizadas."
Fura-fila
O secretário dos transportes disse ontem que o projeto que autoriza a construção do fura-fila em São Paulo será enviado na próxima semana pelo prefeito Celso Pitta para apreciação dos vereadores.
Ele diz que a primeira linha do novo modelo de transporte não será mais na avenida 23 de Maio, mas sim na zona leste.

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