São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Peritos analisam motor de avião

DA REPORTAGEM LOCAL

Os peritos da Aeronáutica e do Instituto de Criminalística localizaram ontem os dois motores do Cessna-310 K que caiu anteontem no meio da mata, em Santana do Paranaíba (Grande São Paulo). No acidente, seis pessoas morreram. Não houve sobreviventes.
O exame dos motores poderá revelar as causas do acidente. Segundo a Aeronáutica, os motores foram enterrados na terra pela força do impacto da aeronave, que explodiu ao bater no solo. A velocidade mínima de sustentação do avião, que ia de Franca (SP) para a São Paulo, era de 120 km/h.
O tempo, chuvoso e com pouca visibilidade no local no momento da queda da aeronave, pode ter sido uma das causas do acidente, segundo os peritos.
Além de encontrar os motores, os peritos também fotografaram o local da queda do avião. Eles vão retirar os destroços do local a fim de analisá-los. Ontem de manhã, foram achados membros das vítimas do acidente na mata.
Testemunhas
Segundo o delegado Antônio Carlos Gomes, titular da delegacia de Santana do Parnaíba, testemunhas disseram ter visto a aeronave pouco antes da queda com o trem de pouso baixado.
"O piloto poderia estar procurando um lugar para fazer um pouso de emergência", disse. A polícia abriu inquérito para apurar o acidente.
"Vamos ouvir os depoimentos das testemunhas e aguardar os laudos da Aeronáutica e do IC. Se for constatado a inexistência de crime, o caso será arquivado pela Justiça", afirmou Gomes.
A Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos de São Paulo vai requisitar todos os documentos sobre a manutenção da aeronave, que estava em dia. O Cessna-310 K, que é um bimotor, não possui nenhum tipo de caixa-preta, equipamento não-obrigatório nesse tipo de aeronave, o que dificultará as investigações.
O avião era de propriedade do empresário Wanderley Silveira, 50, que morreu no acidente. Além dele, morreram sua filha Camille, 16, seu cunhado José Carlos Garcia, 42, dois funcionários de Silveira (Janete Cintra e Euclides Souza) e o piloto Marcus Ranzini, 27.
Os corpos das vítimas estão no Instituto Médico Legal de São Paulo. Eles estão muito mutilados, o que dificulta a identificação. A direção do órgão pediu aos familiares das vítimas que forneçam dados e, se possível, radiografias da arcada dentária.

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