São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Cinemateca inaugura fachada restaurada

BRUNA MONTEIRO DE BARROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Cinemateca Brasileira inaugura, na segunda-feira, a fachada restaurada de sua nova sede, o antigo prédio do Matadouro Municipal, na Vila Mariana.
Iniciada duas vezes, a reforma teve que ser interrompida há três anos, devido à falência da empreiteira que tocava a obra.
Após um ano da retomada do trabalho, a Cinemateca vê concluída a recuperação. "O desenho original foi mantido", conta Tânia Savietto, diretora da Cinemateca. "Pesquisamos desde a cor do barro para a fabricação dos tijolos até o desenho para a fôrma."
O prédio do antigo Matadouro Municipal foi projetado pelo arquiteto Alberto Kuhlman, há mais de cem anos.
Na década passada, o edifício foi tombado pelo Condephaat, órgão estadual de conservação do patrimônio histórico, e cedido, em regime de comodato (empréstimo), à Cinemateca Brasileira.
Segundo Tânia, a restauração da fachada é só uma fase das muitas reformas que o prédio irá sofrer.
Está pronta também a cobertura do galpão central (são três), que foi reconstruída em estrutura metálica, mas mantendo o mesmo desenho da estrutura inicial, de madeira. Foram gastos R$ 250 mil nessa primeira etapa, custeados pela Telesp. A instituição continua tentando captar recursos para concluir as obras necessárias.
"O evento de inauguração é uma forma de chamarmos atenção para essa necessidade", diz Tânia.
Em seis meses, a diretora pretende inaugurar a nova sala de cinema, com capacidade para 105 pessoas, e a área de exposições.
A sala Cinemateca, localizada em Pinheiros e atual lugar de projeção das mostras, não deverá ser, em princípio, desativada.
Segundo a diretora, a Cinemateca continuará exibindo retrospectivas e mostras temáticas, mantendo a programação tradicional, "condizente com uma cinemateca". "Temos cerca de 1.200 documentos, entre fotos, cartazes e roteiros originais, que estão sendo recuperados e informatizados."
Além disso, será necessária a construção de um depósito climatizado para acondicionar os rolos de filmes. Dos 120 mil rolos do acervo, apenas 20 mil estão em local apropriado, com temperatura e iluminação ideais.
A inauguração da fachada acontece na segunda-feira, com a realização de um coquetel.
Neste dia, será iniciada mostra que apresentará sete filmes dos 30 restaurados nos últimos 18 meses pela Cinemateca (veja quadro).
Durante o coquetel, será exibido em telão o CD-ROM "Em Memória", uma coleção de dados sobre 15 cineastas brasileiros já falecidos, como Adhemar Gonzaga, Glauber Rocha, Lima Barreto e Mário Peixoto.
Esse trabalho faz parte de um projeto que prevê a realização de biografias de cineastas brasileiros.
A Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual (órgão do Ministério da Cultura), responsável pelas despesas do projeto, fará a distribuição das mil cópias do material. Alguns exemplares ficarão na Cinemateca para consultas.
Durante a próxima semana, poderão ser visitadas uma exposição de fotos e uma de cartazes.
A primeira traz imagens de bastidores de filmes brasileiros. A segunda mostra os cartazes originais que foram utilizados na realização do CD-ROM "Em Memória".
(BMB)

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