São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Ciclo exibe Mastroianni mais recente

Ator está em obras de Antonioni e Altman

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma semana de clássicos de Marcello Mastroianni, em sua maioria italianos, no ciclo dedicado a sua carreira na sala Cinemateca, agora a chance é dada aos novos filmes.
A maior atração é "Três Vidas e Uma Só Morte", do cineasta Raul Ruiz. A produção francesa será apresentada em pré-estréia na próxima segunda-feira.
Mas, para esse final de semana, há ainda alguns trabalhos que aproximaram Mastroianni, morto no último mês de dezembro, dos maiores nomes do cinema.
Hoje há "A Noite", de Michelangelo Antonioni. Realizado em 1961, traz Jeanne Moreau e Monica Vitti na história da deriva de uma vida ou, na verdade, de um relacionamento. Um homem visita seu amigo, um doente terminal, em um hospital. Aceita a morte de seu antigo companheiro como se fosse, de alguma maneira, o fim de suas esperanças, uma metáfora sobre o fim de suas possibilidades.
Existencialista por excelência, "A Noite" é também cinema obrigatório de sempre. Ainda de Antonioni, a cinemateca exibe "Além das Nuvens", o mais recente trabalho do diretor, produzido em 1994. Em "Além das Nuvens", Mastroianni não realiza propriamente uma interpretação, mas uma aparição. Antonioni encadeia uma série de pequenas histórias sobre a desilusão emocional. Mastroianni surge então (ao lado de Moreau) pintando um céu azul.
Para Antonioni, a única maneira de lhe fazer uma justa homenagem. De sua fugaz passagem pelos EUA há "Prêt-à-Porter", do norte-americano Robert Altman.
O assunto aqui é o mundo da moda. Durante a temporada dos desfiles de alta-costura, a investigação de um crime se mistura ao glamour das modelos. Não é o Mastroianni de seus melhores momentos e nem mesmo o mais atrativo Altman. Seu apelo reside mais no reino da curiosidade.
Mais um exemplar do mesmo caso é "Allonsanfan", dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, de 74. Depois de combater na luta da Itália contra a restauração austríaca, homem retorna ao lar e tem dificuldades para impor concretamente seus ideais revolucionários.

Onde: Sala Cinemateca (r. Fradique Coutinho, 361, tel. 881-6542)

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