São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997 |
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Simon teme perda de informações sobre subsolo
DA REPORTAGEM LOCAL O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o debate sobre a privatização da Vale deve prosseguir.Ele defendeu o adiamento da venda da empresa, argumentando que o presidente Fernando Henrique Cardoso não deve considerar que essa privatização é uma questão de honra, que o governo tucano só se consolida no momento em que a Vale for vendida. Simon disse que não é contra o programa de privatização como um todo, mas afirmou que uma coisa é privatizar empresas que chegaram falidas às mãos do BNDES, e outra é vender a Vale. "A Vale é uma questão que tem de ser analisada sob um ângulo completamente diferente", afirmou o senador peemedebista. Globalização "Nesse mundo globalizado, só temos uma instituição em condições de se sentar à mesa em condições de igualdade. É a Vale." O senador gaúcho pediu que sejam promovidas mais discussões sobre a privatização e a forma de venda da mineradora. "Precisa ser agora? Não dá para esperar? Não dá para fazer um debate mais amplo?", perguntou. "Privatizar a Vale assim como querem, no seu todo, é privatizar o subsolo brasileiro." Simon disse que é radicalmente contra a venda do que chamou de "miolo" da Vale. "Não podemos entregar de presente, lá para fora, o pensamento e os cientista da Vale, que durante 50 anos estudaram o nosso subsolo", afirmou. "Vamos debater, mas de uma maneira que o pensamento e o sentimento da Vale continuem sendo nossos." Simon disse que é preciso "pelo menos ganhar tempo", porque o Brasil não está "estraçalhado". Segundo ele, a venda da Vale pode esperar porque a empresa não está aumentando o déficit governamental nem a dívida pública. "Vamos debater, vamos discutir, não estamos dizendo que vamos fechar a porta." Pedro Simon disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso, "um homem que sempre foi brilhante", defendia, até chegar à Presidência da República, idéias totalmente diferentes das que defende hoje. "Aceito que o mundo mudou e que o governo está apostando na abertura, na globalização, na privatização, mas não devemos jogar todas as fichas numa tacada só", disse o senador peemedebista. "Se não vendermos a Vale agora e nos arrependermos, podemos vender depois. Mas se vendermos agora e nos arrependermos depois, vamos ficar roendo as unhas..." Texto Anterior: Presidente do BNDES quer governo em áreas sociais Próximo Texto: Petista diz que oposição à venda não é ideológica Índice |
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