São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Taxa de desemprego cai e atinge 14,2%

CLAUDIA GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo, medida pela Fundação Seade e pelo Dieese, apresentou uma redução de 0,3 ponto percentual em dezembro de 96. A taxa média registrada no último mês de 96 foi de 14,2%, contra os 14,5% de novembro. Foi a sexta queda consecutiva do nível de desemprego.
O declínio se deu principalmente devido à saída de 43 mil pessoas da força de trabalho, ou seja, houve uma redução da PEA (População Economicamente Ativa).
Inativos Para Paula Montagner, analista da pesquisa, essas pessoas passaram à inatividade, uma vez que elas não migraram para a categoria dos autônomos e nem procuraram novos empregos. O número de autônomos cresceu 1,4% em dezembro passado.
A diminuição do nível de ocupação (-0,2%) teve um papel fundamental nessa debandada do mercado de trabalho: 11 mil postos foram fechados.
"Apesar de ter caído, a taxa foi uma das mais altas registradas para o mês de dezembro", diz Antonio Prado, coordenador de Produção Técnica do Dieese.
As parcelas da população que mais sofreram com o desemprego em 96 foram as mulheres (8,6%) e as pessoas entre 25 e 39 anos (11%).
Com relação a dezembro de 95, o desemprego cresceu 7,6%: pulou de 13,2% para 15,1%. O número total de desempregados nos 38 municípios pesquisados em dezembro passado foi de 1,208 milhão de pessoas. No mesmo mês de 1995, eles eram 1,094 milhão.
Segundo Prado, esse aumento ocorreu devido ao efeito retardado das medidas tomadas pelo governo em 95. O decréscimo da participação da indústria (6,1%) no nível de ocupação também influenciou o crescimento. Em 1996, esse setor eliminou 105 mil postos de trabalho, atingindo principalmente assalariados com carteira de trabalho assinada.
A criação de 110 mil novas ocupações não foi suficiente para absorver o as 224 mil pessoas que engordaram a PEA no ano passado. Prado nota que os postos que foram criados são de qualidade relativa, ou seja, funções que não exigem funcionários muito qualificados.
A taxa de desemprego do ano passado é parecida com a de 92 (15,2%), ano que registrou o pior desempenho da variável desde que a pesquisa é realizada.
Carteira Assinada
Desde janeiro de 1985, quando o dado passou a ser auferido pelo Dieese, o número de trabalhadores que não possuem carteira assinada aumentou 90,6%, enquanto que os com carteira assinada cresceram somente 5%.
Outro número que teve um aumento significativo nesses onze anos foi o de autônomos: 77% a mais do que em janeiro de 85.
As mulheres também vêm crescendo no mercado de trabalho. Sua participação passou de 48,8%, em 95, para 50,2%, em 96. "Apesar disso, os rendimentos médios das trabalhadoras continuam 40% menores do que os dos homens. E a diferença é maior nas funções mais qualificadas", explica Paula Montagner. A participação masculina na PEA permaneceu estável, fechando 96 em 74,%.

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