São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Instituições reajustam tarifas bancárias

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos Itaú e Bamerindus reajustaram algumas tarifas bancárias em janeiro, segundo levantamento divulgado ontem pelo Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor).
O principal aumento registrado foi o do Itaú. A taxa para retirada do segundo talão de cheques mensal passou de R$ 3,90 em dezembro para R$ 6 neste mês, o que significa um acréscimo de 53,85%.
No Bamerindus, o aumento também ocorreu para a taxa de retirada do segundo talão mensal, que passou de R$ 3,20 em dezembro do ano passado para R$ 4 em janeiro deste ano -aumento de 25%.
Segundo Aldous Galletti, diretor de relações institucionais do Itaú, os aumentos fazem parte de uma política de "adequação aos custos e qualidade dos produtos."
Ele afirma, porém, que o banco está oferecendo uma nova opção de conta corrente desde outubro do ano passado, na qual não houve reajuste.
Atualmente, ainda segundo Galletti, 40% dos clientes do banco estão utilizando essa nova conta. "Oferecemos uma espécie de 'pacote', com tarifas fixas, o que é bem mais vantajoso para o cliente. Acreditamos que mais clientes devem migrar para essa nova conta nos próximos meses."
O Banco Mercantil de São Paulo não reajustou tarifas, mas criou novas cobranças. A partir deste mês, a retirada de extratos nos terminais eletrônicos, que não era cobrada, custará R$ 0,80.
O banco, porém, reduziu outras tarifas, como a cobrança do segundo talão de cheques mensal para quem optar por isenção de cartão. A taxa foi reduzida de R$ 5,30 em dezembro para R$ 5 neste mês.
"Essa dinâmica de reajustes é normal. O setor bancário é um dos mais competitivos. São pequenos ajustes de custo que precisam ser feitos", afirma Raul Pereira Barreto, vice-presidente do Banco Mercantil de São Paulo.
Diferenças
Além dos reajustes, a pesquisa do Procon avaliou quais as maiores diferenças entre as cobranças bancárias realizadas pelas instituições financeiras no primeiro mês do ano.
Essas diferenças chegam a 2.153,33% no caso da cobrança de cheque avulso entre os bancos Itaú e BCN.
No primeiro caso, a taxa cobrada por esse cheque é de R$ 0,30. No BCN chega a R$ 6,76.
O levantamento do Procon é feito mensalmente com 25 tarifas praticadas em 14 instituições financeiras: Bamerindus, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Excel Econômico, Itaú, Noroeste, Nossa Caixa Nosso Banco, Banco Real, Unibanco, BCN, Mercantil de São Paulo e Bandeirantes.
Outras diferenças foram apontadas entre as cobranças nas taxas de anuidade para cartões magnéticos, em contas especiais ou comuns.
A diferença chega a 620% entre uma instituição e outra. Nesse caso, a menor tarifa é cobrada pelo Excel Econômico (R$ 2,50) e a maior pelos bancos Real e Unibanco (R$ 18).
A taxa anual para cadastro de pessoa física também tem variação grande entre uma instituição e outra, chegando a 504,44%.
A menor taxa é cobrada pelo Banco do Brasil (R$ 9) e a maior pelo banco Real (R$ 54,40).

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