São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Chuva no PR deixa 3.500 desabrigados

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

As chuvas que atingem o Estado do Paraná há uma semana já provocaram quatro mortes e deixaram 3.500 pessoas desabrigadas.
A ligação rodoviária entre o norte do Paraná e o sul do Estado está precária, com quedas de barreiras na BR-376 e interdição de trechos da PR-445.
No noroeste do Paraná, morreram três pessoas anteontem após a abertura de uma cratera na PR-480, entre os municípios de Maria Helena e Nova Olímpia, na qual caíram dois caminhões. A principal preocupação da Defesa Civil na região é com o aumento do volume de água no rio Paraná.
Até o final da tarde de ontem, o rio já havia subido quatro metros acima do nível normal. O aumento do volume de água foi inicialmente causado pelas chuvas que atingiram Minas Gerais no início do ano, levando à abertura das comportas na barragem de Jupiá, na divisa de São Paulo com o Mato Grosso do Sul.
As populações ribeirinhas e as que moram em ilhas no rio Paraná estão sendo retiradas. Às margens do rio, lavouras foram inundadas e o rebanho bovino nas ilhas pode morrer se não for retirado até este fim-de-semana.
A preocupação da Defesa Civil é que, com a represa de Jupiá cheia, a tendência é que o rio continue subindo. A balsa que liga Porto Ferreira (PR) a Itaquiraí (MS) continuava ontem interditada, impedindo o tráfego entre os Estados.
Os municípios de Jundiaí do Sul e Adrianópolis, no nordeste do Paraná, estavam isolados ontem. Jaguariaíva (120 km ao norte de Curitiba), onde uma pessoa morreu levada pela enxurrada, estava em estado de calamidade pública. Em Tomazina, no nordeste do Estado, o rio Cinzas transbordou e o município estava em estado de alerta.
Em Jataizinho, no norte do Estado, o rio Tibagi avançou sete metros acima do seu nível normal e provocou desabamento de casas e inundações de chácaras. O município estava ontem em estado de emergência.
O aumento do nível do rio Tibagi deixou 300 mil pessoas sem água nos municípios de Cambé e Londrina. Na região metropolitana de Curitiba, a situação mais grave é no município de Pinhais, onde existem 500 desabrigados.
Segundo a Defesa Civil do Paraná, o governo estadual iniciou ontem a distribuição de latas de sopa, cobertores e lonas para os municípios mais atingidos.

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