São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Defensor 'elétrico' conquista a atenção

Advogado de Pádua contrasta com acusação

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O julgamento de Guilherme de Pádua opõe diferentes estilos de atuação entre acusação e defesa. Até agora tem se destacado o modo "elétrico" de o advogado Paulo Ramalho se comportar.
O defensor de Pádua não pára um minuto. Pede apartes, propõe questões de ordem, interrompe acusadores, sai do tribunal para dar entrevistas e chega a discutir com o juiz.
Ramalho, 39, se formou em direito na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 82. Dois anos depois prestou concurso para a Defensoria Pública do Estado e ficou em primeiro.
A atuação de Ramalho nos júris só fez crescer sua fama de prodígio. Ele calcula que já atuou em cerca de 600 júris e afirma se lembrar de "cinco ou seis" derrotas.
"Derrota não é o termo exato. Em cinco ou seis vezes a Justiça não se fez", disse ele à Folha.
Ramalho chegou por acaso ao caso Daniella Perez. Uma semana após o crime, os advogados de Pádua desistiram do caso. O acusado ficou sem advogado e Ramalho foi designado. Dois anos depois, ele passou à condição de advogado particular de Pádua.
Além do júri, Ramalho está se dedicando à greve da Associação dos Defensores Públicos. Passou a véspera do julgamento na frente do fórum, de megafone na mão, criticando o governo por não pagar o 13º dos defensores.
Nos poucos momentos de calmaria, Ramalho diz que está doido para voltar ao convívio da mulher e do filho recém-nascido, no apartamento em que vivem em Niterói (15 km do Rio).
Ramalho afirma que, se conseguir a absolvição de Pádua, planeja comemorar a vitória com uma viagem "a alguma ilha deserta do Caribe".

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