São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Tremor de terra atinge centro e zona oeste e assusta moradores

Movimento foi reflexo de terremoto ocorrido na Argentina

DA REPORTAGEM LOCAL

Um pequeno tremor de terra foi percebido ontem de madrugada por moradores de prédios da região central e zona oeste de São Paulo.
O epicentro do tremor aconteceu a cerca de 280 km de profundidade na cidade de Jujuy, na divisa da Argentina com a Bolívia. Jujuy fica a cerca de 2.000 km de São Paulo.
O tremor foi percebido em São Paulo durante cerca de 10 segundos, segundo Assumpção, às 0h19 de ontem.
"O tremor na Argentina causou pequenas oscilações nos últimos andares de edifícios das regiões mais altas da cidade, mas sem provocar estragos", afirmou Assumpção.
Para ele, um tremor dessa intensidade pode provocar, no máximo, oscilação de lustres, portas e quadros e enjôos em pessoas mais sensíveis.
Trinta e cinco paulistanos ligaram para o Corpo de Bombeiros na madrugada de ontem preocupadas com o tremor de terra.
Várias pessoas também procuraram a Polícia Militar e a Defesa Civil do Município.
Assumpção explicou que tremores como o de ontem são registrados em São Paulo desde 1941.
O último deles aconteceu em meados de 1994.
"Mas nunca houve registro de danos causados por esses tremores na cidade de São Paulo", declarou.
Porta rangendo
Mesmo de pequena intensidade, o terremoto assustou várias pessoas em São Paulo.
O estudante Paulo Aparecido Augusto, 17, estava assistindo televisão quando percebeu o tremor de terra.
"Achei que fosse coisa de outro mundo. O lustre começou a mexer, mas não tinha vento na sala."
Paulo mora com os pais no 16º andar de um prédio no Sumaré (zona oeste). "A porta estava rangendo e eu vi o sofá tremer", descreveu o estudante.
A aposentada Matilde Simões Alves, 80, que mora no Sumaré, estava deitada na hora do tremor. "Eu senti tontura, achei que fosse minha labirintite, mas achei estranho porque estava tomando remédio", declarou.
Segundo ela, o lustre balançou, portas de guarda-roupas começaram a abrir e fechar e os quadros da parede da sala "se mexeram bastante".
"Minha neta foi ver o que estava acontecendo e veio cambaleando para a sala", disse Matilde.
Segundo ela, sua filha Ivone, 55, também se sentiu mal. Matilde e sua família, que moram no 15º andar, só souberam do tremor na manhã de ontem. "A gente achou que fosse obra do Metrô."

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