São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Fujimori admite anistiar sequestradores

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Peru, Alberto Fujimori, anunciou que estuda anistiar e oferecer o exílio aos guerrilheiros que mantêm 73 reféns na casa do embaixador japonês em Lima. Em entrevista à imprensa japonesa, Fujimori disse que aceita, se necessário, mudar a legislação peruana, mas não vai abrir mão da força se algum refém sofrer agressões.
No dia 17 de dezembro, terroristas do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA) invadiram a casa do embaixador japonês durante uma recepção.
Sua principal reivindicação é a libertação de outros membros do grupo presos em cárceres peruanos. Os terroristas disseram ontem que a vida dos reféns corre perigo se o Peru tentar uma solução armada para a crise.
O presidente Fujimori manteve sua posição de não libertar os terroristas presos, mas disse que pode negociar a melhoria nas condições carcerárias para eles.
Fujimori viajou ontem para a Bolívia em uma visita não programada, para discutir uma solução para a crise dos reféns na casa do embaixador Morihisa Aoki.
Entre os 73 reféns está o embaixador boliviano no Peru, Jorge Gumucio -é o único que não é nem peruano nem japonês.
Antes de sair para La Paz, Fujimori recebeu um telefonema do primeiro-ministro do Japão, Ryutaro Hashimoto, para discutir a crise. Durante a ligação, que durou cerca de 20 minutos, Hashimoto reiterou seu apoio a uma saída pacífica para a crise.
O Parlamento peruano aprovou ontem resolução para manter nos seus cargos, ainda que substituídos temporariamente, os ministros Francisco Tudela (Relações Exteriores) e Rodolfo Muñante (Agricultura).
Tensão na casa
A polícia fechou com pregos e madeiras uma das portas da casa do embaixador japonês em Lima, impedindo o seu uso.
Os chefes da operação no local não quiseram explicar a razão para o fechamento.
Foi por esta porta que mais de 500 convidados entraram na festa de 17 de dezembro último. Uma janela também foi fechada.
Em outro ponto da casa, dois voluntários da Cruz Vermelha Internacional começaram a pintar uma linha que marca uma "zona de segurança" que poderia ser usada pelos líderes dos guerrilheiros do MRTA para ir até o local de uma possível negociação.
Logo depois de a porta e a janela serem vedadas, alguns dos terroristas começaram a gritar pelas janelas. "Seguiremos até o final, seguiremos até a morte", diziam.

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