São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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CPMF acentua apetite por ativos de risco

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores já vinham procurando aplicações de maior risco, nos últimos meses, para compensar a queda gradual dos juros. Agora, com o "efeito CPMF" e a maré alta das Bolsas, esse apetite ficou ainda mais aguçado.
Como a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) devora 0,2% de cada real que passa pela conta corrente -o equivalente a juros de 2,4% ao ano-, a procura por fundos mais rentáveis aumentou. Até mesmo nos bancos que oferecem a compensação da CPMF na caderneta de poupança após 30 dias.
O movimento das Bolsas e dos FIFs (Fundos de Investimento Financeiro) comprova esse tendência. Na Bovespa, a maior Bolsa do país, o volume diário de negociação neste ano chegou a R$ 473 milhões, em média, até sexta-feira, segundo a Economática. É mais que o dobro do que há um ano.
Pode-se argumentar que a Bolsa é palco de profissionais, inclusive estrangeiros, talhados para enfrentar alto risco. Mas os fundos, porta de entrada das Bolsas para pequenos e médios investidores, também sentiram a demanda por rendimento maior.
Até o dia 23, os fundos de ações carteira livre receberam mais de R$ 1 bilhão em depósitos (além das retiradas), chegando a um patrimônio de R$ 4,8 bilhões.
A participação desses fundos no bolo da "indústria" de FIFs saiu de 1,28% em outubro passado para 2,59% em dezembro. na última quinta-feira, bateu nos 4,11%. Em 96, esses FIFs cresceram 136%, já descontada a valorização dos ativos que os compõem.
Não há CPMF que resista: o rendimento médio desses fundos bateu em 8,38% até o dia 22, anos-luz à frente do rendimento deste mês nos FIFs de curto prazo (0,38%, em média), na poupança (1,25%) e nos CDBS (certificados de depósito bancário, 1,72%)
Somados, os fundos de ações de todos os tipos e os FIF de 60 dias com perfil mais agressivo (com operações de "derivativos") chegam a R$ 11 bilhões, 9,5% do total investido em fundos mútuos.
"Aos poucos, os investidores buscam opções com graus variados de risco. A CPMF apressou o lançamento de fundos mais apropriados à estabilidade", diz Álvaro Armond, diretor do Lloyds Asset Management, empresa de investimentos do LLoyds Bank.

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