São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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Japonericana

EDUARDO VIOTTI

A moto Yamaha Royal Star é um clone melhorado da lendária norte-americana Harley-Davidson
A Yamaha Royal Star é um exemplo de como um modelo pode ser copiado, melhorado e superar o original. Ela é um clone da Harley-Davidson Fat Boy. É, em quase tudo, superior à moto norte-americana, exceto no carisma. Uma Harley é um mito entre os motociclistas, e pronto.
A Royal Star -oficialmente denominada XVZ 1300- é uma "chopper" (estilo celebrizado no lisérgico filme "Sem Destino", em inglês "Easy Rider", com Peter Fonda e Dennis Hopper). Pronta para pegar a estrada mais linda que houver e só parar 200 km depois, no mínimo.
O estilo é o mais tradicional possível, com os cromados de praxe, poucos instrumentos (não tem conta-giros, e o velocímetro é no centro do tanque) e um ar de quem acabou de sair de um filme norte-americano dos anos 50.
O conforto é sua palavra de ordem. Há poucas coisas sobre duas rodas mais macias, baixinhas, equilibradas, pesadas e caras. Seguras também. Sua prioridade não é o desempenho esportivo, nem poderia ser. O que se quer, a bordo de uma máquina desse estilo, é força em baixas rotações (torque), para trocar pouco de marchas e poder desfrutar da paisagem.
São 305 quilos de aço, tocados por um motor de 1.300 cc, com quatro cilindros dispostos em V, que parecem os dois da Harley, com a vantagem de vibrar menos. O motor é refrigerado a água, como os de carro, e desenvolve a potência, mais que suficiente, de 74 cavalos.
A moto é para poucos. Custa cerca de US$ 30 mil, valor com o qual se pode comprar um bom automóvel familiar. Mas quem quer ser familiar a bordo de uma máquina dessas?

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