São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997 |
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Escola islâmica recebe dinheiro do governo
LUCIA MARTINS
Há quatro anos, a Escola Islâmica (em Brent, norte de Londres) luta para ser admitida como uma das cerca de 800 instituições independentes que ganham "salários" mensais da Agência de Financiamento de Escolas (AFE). Mas agora, às vésperas das eleições, o governo conservador do primeiro-ministro John Major deve rever os sucessivos vetos à escola. Até então, a explicação para a não-inclusão era que as escolas étnicas teriam muitas vagas ociosas. Mas, na teoria, ela possui os requisitos básicos para receber verba estatal. É uma instituição religiosa (critério preferencial, segundo o estatuto da AFE) e suas 180 vagas estão completas. Mas, desde 1993, ela espera numa lista sem fim. Para os diretores da escola, a falta do financiamento é um problema cada vez maior e ocorre por causa dos preconceitos que ainda existem contra a comunidade islâmica -cerca de 2 milhões de muçulmanos vivem no país. "Há muitos pais que não podem pagar todos os custos (2.200 libras -US$ 3.740- por ano). Por isso, sempre estamos no vermelho", diz o diretor Azaim Baig. Para piorar, a escola deixou de receber nos últimos dois anos uma ajuda que vinha do governo da Arábia Saudita. Sem pichações Como a maioria das escolas religiosas, o programa da Escola Islâmica tem uma parte dedicada ao ensino do islamismo. Cerca de 10% das horas/aula são sobre cultura e religião islâmicas. Alunos aprendem a língua e os dogmas do Alcorão, o livro sagrado do islamismo. A grande diferença da escola para outra qualquer são os murais. Desenhos de homens e animais são proibidos. Membros da AFE estão visitando a escola periodicamente para fazer um relatório. Até agora as impressões são favoráveis à escola. Se for aprovada, além do dinheiro, a escola passa a fazer parte de um circuito de colégios que promovem competições e concursos. Texto Anterior: Ópera afina estudantes nova-iorquinos Próximo Texto: Estudo vê etiqueta diplomática Índice |
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