São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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Camisinha que fura traz um caminhão de preocupações

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Eu sempre procuro usar proteção quando transo, mesmo que a namorada não faça questão: pelo menos, eu me esforço. Mas aconteceu um imprevisto não tão imprevisto assim: a dita cuja furou! O dia dela é 22. Fizemos na noite do dia 16 para 17 e preciso saber dos riscos! Estou desesperado. Ela já abortou uma vez, mas não era meu, agora é. Quais os dias de risco antes e depois da menstruação? Quais os sintomas de gravidez antes da data em que viria a menstruação? A mulher já sente fome, desejos, enjôos? Você conhece o remédio que se toma três dias depois do ato? E quais os riscos se ela tomar o remédio para abortar novamente?" resposta
Eu acredito que você se esforça para usar a camisinha. Por mais incrível que pareça, existe, sim, muita garota por aí que não faz a mínima questão que o gato use. Pode uma coisa dessas? Vai saber o que acontece dentro da cabecinha dessas meninas... pelo menos existe gente com juízo, como você.
Acredito também que a camisinha fure. E tem alguma coisa fabricada para uso que ofereça a garantia de 100% de perfeição? Não tem. Por essas e outras que a camisinha com uma dose extra de espermicida aumenta a segurança. Um dia o pessoal aprende. Bem, mas vamos tratar de seu desespero...
Primeiro: não existe essa de dias de riscos antes e depois da menstruação, pois isso depende da duração do ciclo de cada mulher. Muda tudo se a garota é regulada ou não, se tem ciclos longos, médios ou curtos.
Segundo: o desejo que pode aparecer, e costuma surgir com frequência nas garotas que passaram por uma transa de risco, é o de que o fato não tivesse acontecido. Tudo o mais que aparecer antes da data em que viria a menstruação é coisa de cabeça quente. Uma gravidez com menos de um mês dificilmente causa sintomas, pois o organismo está apenas começando a sofrer modificações.
Terceiro: vamos entender a tal pílula do dia seguinte. Quando uma mulher usa um método contraceptivo seguro, pois não quer ou não pode engravidar, e acontece um desses acidentes, ela deve ir correndo ao médico ginecologista e relatar o acontecido. Juntos eles vão avaliar se o risco existe mesmo e então pode ser indicada a tal pílula, que é uma combinação de hormônios que, no organismo, vão dificultar o caminho do ovo, caso tenha ocorrido a fertilização, até o útero. Isso só funciona até 72 horas depois do acidente.
Espero que seja só susto, mas se não for, nada de aborto medicamentoso sem acompanhamento médico. Os riscos são grandes!!!

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