São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tchetchênia elege hoje seu novo líder

Todos os 14 presidenciáveis são favoráveis à independência

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Tchetchênia escolhe hoje seus novos presidente e Parlamento depois de enfrentar a Rússia numa guerra que durou 20 meses.
A guerra de independência, iniciada em de 11 de dezembro de 1994 com a invasão de tropas russas na república, que havia se declarado independente, terminou em agosto último quando tchetchenos e russos concordaram em adiar a discussão do status da república até dezembro de 2001.
As eleições de hoje, porém, são mais um passo rumo à independência. Todos os 14 candidatos presidenciais defendem o desligamento da Rússia.
Candidatos
O favorito entre os presidenciáveis é Aslan Maskhadov, 45, ex-líder militar dos rebeldes. Maskhadov aceita negociar com a Rússia o status da Tchetchênia em 2001.
Mas seu principal rival, Chamil Basaiev, 32, responsável por vários ataques terroristas contra os russos, defende a proclamação de independência o quanto antes.
"Quero resolver a questão hoje. Atrasar a decisão sobre o status não é mais que prolongar a guerra", disse ele.
Ao governo russo desagrada a idéia de ver no poder da república um ex-terrorista como Basaiev.
Outros dois candidatos que têm chances são Zelimkhan Iandarbiev, o atual presidente que substituiu Djokhar Dudaiev, morto durante a guerra, e Movladi Udugov, chefe da máquina de propaganda tchetchena durante o conflito.
Pressão russa
A Rússia vai tomar "as medidas mais severas", incluindo a ruptura de relações diplomáticas, contra os países que reconheçam a independência da Tchetchênia.
"Sobre isso advertimos a comunidade internacional", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Viktor Possuvaliuk.
Alguns países árabes revelaram simpatia pela causa tchetchena, república de maioria islâmica.
Reclusão
Em meio à crescente tensão, o presidente da Rússia, Boris Ieltsin, continua recluso. A última imagem de Ieltsin foi mostrada antes de sua internação no último dia 8.
Ieltsin se afastou do Kremlin (sede do governo russo) ao ser hospitalizado devido a uma pneumonia dupla. Ele havia permanecido no cargo por apenas duas semanas. Desde que foi reeleito, em junho, Ieltsin ficou afastado devido a problemas cardíacos.
Os membros da oposição vêm aumentando suas críticas a Ieltsin. Segundo eles, a frágil saúde do presidente impede que ele ocupe o cargo mais importante da Rússia.

Texto Anterior: Premiê diz que indeniza albaneses
Próximo Texto: Parlamento autoriza o uso da força
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.