São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 1997 |
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Secretaria nega novas linhas a perueiros
ROGERIO SCHLEGEL
O índice de rejeição alto -de 94,6%- representa um passo atrás na tentativa de legalização dos chamados perueiros. A quase totalidade foi rejeitada porque, segundo o Departamento de Transportes Públicos (DTP), propunha itinerários já cobertos pelo sistema de ônibus. "Nós acreditávamos que o caminho da legalização era pela autorização de novas linhas, mas elas estão sendo recusadas sistematicamente", afirma Laércio Ezequiel dos Santos, presidente da Associação dos Transportadores em Autolotações (ATA) da zona sul. "Estão propondo linhas que já foram indeferidas antes, porque eram em cima de itinerários de ônibus. Queremos uma alternativa para a população, não uma duplicidade de serviços", explica Luiz Thadeu Brandão, diretor do DTP. Os perueiros dizem que a maior parte dos pedidos é recusada porque tem pontos inicial e final iguais aos de linha de ônibus. "Só que as linhas passam por locais em que os ônibus não passam", afirma Haroldo Mariano, da ATA da zona oeste. Para o DTP, essa argumentação não procede porque as peruas saem lotadas do ponto inicial. "Eles querem fazer um caminho diferente, mas, na prática, não vão servir nenhum passageiro adicional no trajeto", sustenta Brandão. Em um caso (rua do Outono-largo do Cliper) o indeferimento da linha será reavaliado pelo DTP, pois a linha não "bate" com trajeto de ônibus em mais de 40% nem tem pontos inicial e final coincidentes, condições apontadas para a autorização. As novas linhas aprovadas (Lauzane-Ponte Pequena, Vila Ema-Shopping Leste Aricanduva, praça Dom João Nery-Guaianazes e Parque Luís Mucciolo-Shopping Leste Aricanduva) podem receber 41 veículos. O DTP calcula que existam 3.000 perueiros irregulares e contabiliza 2.141 cadastrados. Segundo Laércio Santos, cerca de 125 pedidos de linhas ainda esperam apreciação. Novas apreensões Ontem à tarde, 38 peruas foram apreendidas em fiscalização na zona norte, segundo os perueiros. Haroldo Mariano disse que, em reunião na manhã de ontem, o secretário Carlos de Souza Toledo "deixou transparecer" que trataria "com mais carinho" os cadastrados que não atuem na linha em que estão inscritos. "Nada mudou. Quem roda em uma linha que não é a sua está tão irregular quanto o que é completamente clandestino", disse o diretor do DTP no início da noite. Texto Anterior: Os números da chuva em janeiro Próximo Texto: Vereador vai integrar conselho para fiscalizar as regionais Índice |
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