São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 1997
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BC faz leilão para 'esfriar' câmbio futuro

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem o Banco Central voltou a entrar no mercado de câmbio para pôr panos quentes na especulação, depois de alguns dias de muita agitação nos negócios para entrega futura da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
O BC vendeu aos investidores US$ 1 bilhão em Notas do Tesouro Nacional (NTNs) cambiais, que pagam a variação do câmbio mais um "prêmio" em juros.
Com esses títulos em carteira, o investidor se protege de uma eventual aceleração das desvalorizações do real em relação ao dólar.
As NTNs cambiais leiloadas ontem pagaram juro de 10,6% ao ano acima da variação do dólar, no caso do lote de US$ 600 milhões, com vencimento em 1º de março de 98.
O lote menor -de US$ 400 milhões, com vencimento em 1º de novembro- saiu por 10,79% ao ano, mais dólar.
Com o leilão de ontem, o total de NTNs cambiais que o BC vendeu apenas em janeiro chega a US$ 2 bilhões. E outros US$ 400 milhões serão leiloados na quarta-feira, segundo o BC já anunciou.
As NTNs cambiais são vendidas pelo BC quando o mercado começa a ficar inseguro sobre o futuro da política cambial -o que faz com que as cotações do dólar subam no mercado futuro.
Foi o que ocorreu na semana passada, quando a expectativa de um déficit comercial em janeiro acima de US$ 1 bilhão e a possibilidade de freio no ritmo de atividade da economia agitaram o mercado.
Nova York
As principais Bolsa do mundo operaram ontem em baixa, seguindo a tendência que dominou o mercado norte-americano nos últimos quatro dias de negócios.
Segundo analistas internacionais, a principal razão para a queda do mercado de ações foi a elevação das taxas de juros de longo prazo nos EUA, que bateram o nível mais alto desde setembro.
Essas taxas dizem respeito aos títulos da dívida pública norte-americana com prazo de vencimento de 30 anos. À medida que essas taxas sobem, o mercado de ações fica menos interessante ao investidor, já que aplicar em títulos é muito menos arriscado.
Além disso, juros maiores tendem a reduzir os lucros das empresas, já que encarecem, por exemplo, os empréstimos nos bancos.

Com agências internacionais

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