São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
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Para deputados, Iris errou

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), não vai interceder junto ao presidente Fernando Henrique Cardoso para tentar a neutralidade do governo na eleição para a presidência do Senado.
O candidato do PMDB no Senado, Iris Rezende (GO), está entregue à própria sorte, na avaliação do grupo de Temer. Ele terá de enfrentar sozinho Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e a máquina do governo Fernando Henrique.
Os deputados vão se concentrar na campanha de Temer à presidência da Câmara, onde contam com o apoio do PFL e do PSDB, partido de FHC.
O grupo de Temer acha que Iris adotou uma estratégia desastrada. Em vez de apoiar a emenda da reeleição e depois cobrar a neutralidade do governo na disputa no Senado, Iris orientou a bancada goiana a votar contra o governo.
Foi uma demonstração de desconfiança no presidente Fernando Henrique, avaliam os deputados. O senador argumentava que, após aprovada a emenda da reeleição na Câmara, ele não teria como garantir a isenção do governo.
Temer optou justamente pelo contrário: deu um voto de confiança ao governo ao aprovar a reeleição no plenário da Câmara. Mas deixou acertado o apoio do presidente e dos seus ministros à sua candidatura à presidência da Câmara.
Os deputados do PMDB consideram provável que o PSDB acabe apoiando ACM no Senado. Além disso, os ministros que farão campanha para Temer deverão trabalhar pelo candidato do PFL no Senado.
Cargos
A resposta de Iris poderia vir na votação da emenda da reeleição no Senado. O senador disse à Folha que o Senado "derrubaria" a emenda se ela passasse na Câmara.
Mas os deputados não acreditam que os senadores reúnam votos suficientes para rejeitar a emenda.
Para eles, Iris e Jader Barbalho (PA) tentaram barrar a emenda na Câmara justamente porque sabiam das dificuldades que teriam no Senado.
A maioria dos senadores do PMDB tem muitos cargos do governo federal nos seus Estados. Além disso, Jader e Ronaldo Cunha Lima (PB), integrantes da cúpula do PMDB no Senado, já se manifestaram a favor da reeleição.

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