São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
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Sistema partidário se consolida

MAURICIO PULS
DA REDAÇÃO

Os grandes partidos concentram cada vez mais deputados. Em setembro de 1992, a participação das cinco maiores legendas no total de representantes era de 62,2%. Ela subiu para 68,4% em 1994, atingiu 70,2% em 1995 e hoje chega a 83,0%.
O número de partidos com deputados federais vem caindo ano após ano. Dos 19 que existiam em 1994, restaram 15 (desapareceram o PRN, PRP, PSC e o PSTU). A fragmentação partidária é a menor desde 1987, quando existiam 13 legendas no Congresso.
Os partidos mais beneficiados com esse processo de concentração foram o PFL e PSDB, principais legendas governistas. O PFL elegeu 89 deputados em 94, conseguiu mais seis em 95 e outros oito no ano passado.
O PSDB também cresceu muito: elegeu 62, conseguiu 18 em 1995 e mais sete em 1996. Os dois também avançaram no Senado -o PFL passou de 19 para 23 senadores, e o PSDB de 10 para 13.
Outras legendas governistas não tiveram o mesmo desempenho. O PMDB elegeu 107 deputados, mas perdeu nove em 1995. Em 1996, manteve a bancada na Câmara, mas perdeu senadores.
O PPB não existia em 1994 -resultou da fusão do PPR com o PP. Perdeu alguns deputados antes da fusão, mas terminou 1995 com 87 deputados, bancada que manteve no ano passado.
Entre os partidos de esquerda, o PT ganhou dois deputados. Já o PDT perdeu oito deputados em 1995 e mais um no ano passado.
Dissidências
Em 1996, a base governista passou de 404 para 413 deputados, mas sua coesão interna se enfraqueceu. Apesar de o governo ter o apoio nominal de 81% dos deputados, tem encontrado dificuldades para aprovar emendas constitucionais, que exigem o apoio de 60% dos parlamentares.
A reforma administrativa e a tributária continuam emperradas. O governo conseguiu aprovar a reforma da Previdência na Câmara, mas foi derrotado em três destaques decisivos, que desfiguraram o projeto original.

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