São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
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Ausentes estranham suas faltas

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados e senadores que integram o ranking dos mais faltosos têm diferentes explicações para as faltas, como doença e campanha eleitoral. Muitos estranham o número de faltas fornecido pela administração da Câmara e do Senado.
A seguir, as explicações dos deputados que estiveram entre os dez mais ausentes da Câmara nas sessões deliberativas ordinárias de 96:
Carlos Nelson (PMDB-SP): "É pena que a Folha inclua entre as faltas as licenças por interesse particular, prejudicando deputados que agiram com lisura e ficaram sem vencimentos. Dar lugar ao suplente é complicado, ainda mais no PMDB, que não é coeso".
Carlos Airton (PPB-AC): "Tive problemas de garganta e labirintite pelo clima seco de Brasília. Mas duvido ter faltado tanto assim".
José Pinotti (PMDB-SP): "As faltas foram durante a campanha para prefeito de São Paulo. Não pedi licença porque a candidatura estava pendente na Justiça".
Rita Camata (PMDB-ES): "Tirei licença para concorrer à Prefeitura de Vitória (ela perdeu a eleição). Achei que não seria ético continuar com o salário e tive até que vender o carro. Há deputados que pediram licença de saúde para participar das eleições".
Senadores
A seguir, as explicações dos senadores que estiveram entre os mais ausentes do Senado nas sessões deliberativas ordinárias de 96:
José Eduardo Andrade Vieira (PTB-PR): "Após deixar o cargo de ministro da Agricultura, pedi licença de 30 dias para reestruturar o Bamerindus (ele é o maior acionista do banco)".
Romero Jucá (PFL-RR): "Acho que não faltei nem a 7% das sessões. Eu vivo aqui em Brasília".
Onofre Quinan (PMDB-GO): Não quis atender a reportagem e disse, por intermédio de sua assessoria, que os dados eram incorretos. Depois os confirmou.
José Bianco (PFL-RO): "Não creio nesse número. Vou checar".
Jader Barbalho (PMDB-PA), líder do seu partido no Senado: Não foi encontrado. Seu assessor de imprensa, Luiz Terra, disse que Barbalho às vezes não vai ao plenário mesmo estando no Senado porque, como líder do PMDB, tem que passar o dia em reuniões.
Os demais deputados e senadores do ranking dos mais faltosos foram procurados pela Folha entre os dias 24 e 26 de janeiro, mas não foram encontrados nem deram retorno aos telefonemas.

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