São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
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Balança comercial; Sigilo bancário; Reeleição; Mundo mais pobre; Direito à defesa; Campanha publicitária; Anemia falciforme

Balança comercial
"A reportagem 'Siscomex aumenta o déficit, diz Mendonça' (22/1) sugere que a equipe econômica atribuiu os resultados negativos da balança comercial ocorridos no segundo semestre de 1996 a fatores meramente conjunturais.
Isso está bem claro na seguinte passagem acerca do resultado de dezembro de 1996: 'Como ocorre agora com o Siscomex, também naquela ocasião (setembro de 1996) a equipe econômica procurava apresentar esse problema como conjuntural -isto é, que não se repetiria nos meses seguintes'.
Na verdade, o comportamento recente da balança comercial brasileira é fruto de diversos fatores, dentre os quais o conjuntural é apenas um deles, como vimos assinalando nas três últimas edições do 'Boletim de Acompanhamento Macroeconômico', editado por esta Secretaria.
Não é preciso ir longe para desfazer o equívoco que se tenta produzir com o texto em questão. A própria Folha desmente a si própria em outra reportagem sobre o assunto, onde se podem ler os dois trechos seguintes de citação de palavras corretamente a mim atribuídas: 1 - 'Esse comportamento (isto é, o déficit comercial) reflete os movimentos estruturais da economia associados a um perfil de recuperação da atividade'; 2 - 'A importação foi forte, mas está ligada à reestruturação produtiva. Isso se faz investindo e é bem positivo'.
Os textos que citamos não deixam dúvida: a reportagem 'Implantação do Siscomex elevou déficit, diz Mendonça' não reproduz a minha opinião, nem a da Secretaria de Política Econômica."
José Roberto Mendonça de Barros, secretário de Política Econômica (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Shirley Emerick e Alex Ribeiro - A cada mês o governo alegou uma razão para o crescimento específico das compras internacionais feitas pelo Brasil. A reportagem tentou mostrar isso. Em nenhum momento se afirma que o governo atribuiu os déficits mensais a situações conjunturais. O texto deixa claro que o aumento das importações de dezembro decorre apenas em parte da expectativa da implantação do Siscomex.

Sigilo bancário
"Diferentemente do que informou a Folha em sua edição de 25/1, o Banco Central do Brasil não pretende recorrer à Justiça para impedir a quebra de sigilo bancário de um seu diretor e do chefe do Departamento da Dívida Pública, se esta for a decisão da CPI dos precatórios.
Autorizou-nos o presidente do Banco Central a deixar claro que a instituição continua no propósito de colaborar com os trabalhos do Poder Legislativo para que sejam esclarecidas todas as dúvidas surgidas em relação ao assunto."
Reynaldo Domingos Ferreira, assessor de imprensa do Banco Central do Brasil (Brasília, DF)

Reeleição
"Sou -ou pelo menos eu era- muito simpático ao PSDB. Depositava grande esperança nos políticos do partido e esperava sensíveis mudanças na política nacional com a eleição de FHC.
Mas para minha decepção o presidente e seus partidários mostraram-se capazes de colocar suas ambições pessoais acima dos interesses do país.
Não terei mais decepção.
Não com FHC e cia., porque na próxima eleição eles não terão o meu voto."
Mauricio Georges Haddad (São Paulo, SP)
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"Triste país onde as leis são criadas, revogadas e manipuladas conforme as imediatas circunstâncias de poder."
Marcos Augusto Almeida Nunes (Rio de Janeiro, RJ)
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"A união de gente como Quércia, Paes de Andrade, Maluf e Zé Dirceu contra a reeleição muda um velho ditado.
Agora é: 'Diga-me quem está contra...'."
Carlos Figueiredo (São Paulo, SP)
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"Espero que a vitória em primeiro turno da reeleição indique ao sr. José Sarney que é hora, ou quem sabe até já passou da hora, de ele tomar o caminho de volta ao Maranhão, pois de lá nunca deveria ter saído."
Adir de Castro (Belo Horizonte, MG)

Mundo mais pobre
"A perda irreparável de Antonio Callado empobreceu a Ilustrada dos sábados.
Nestes tempos trevosos de neoliberalismo e reeleição, o saudoso escritor e jornalista deixa exemplos límpidos de coerência e amor à pátria ameaçada."
Lúcio Flávio V. Lima (Brasília, DF)
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"Lamentamos a perda de Antonio Callado, que preencheu sua biografia com patriotismo, ética e posições sempre favoráveis à nação."
Éder Silva, presidente da UEE -União Estadual dos Estudantes (São Paulo, SP)

Direito à defesa
"Quero parabenizar a Folha pelo artigo 'Crime e Vingança', de Luís Francisco Carvalho Filho (26/1).
Alguém precisava mesmo advertir sobre a perigosa tendência de se amesquinhar o direito de defesa -o que, estranhamente, é reforçado pelo fato de que os advogados, ou ao menos os grandes criminalistas, deixaram a defesa do acusado a cargo do Estado.
Esse ovo da serpente deve ser esmagado por quantos creiam que os direitos humanos devem constituir um valor maior sob a democracia."
Carlos Alberto Dória (São Paulo, SP)

Campanha publicitária
"Gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho feito na criação da propaganda dos 75 anos da Folha.
É fantástica a criatividade do comercial, que em poucos minutos conta toda a história política do nosso país. Continuem sempre assim, mostrando realmente a cara do Brasil."
Murilo Zanello Milléo Junior (Curitiba, PR)
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"Vergonhosa e desrespeitosa é o mínimo que se pode dizer da campanha pró-reeleição disfarçada de propaganda institucional que a Folha veiculou em suas páginas e na TV.
Além de banalizar a imagem de nossos ex-presidentes, a peça publicitária omite a relevante participação da esquerda e do povo na construção da história brasileira e ainda tenta passar uma imagem de bom moço quando fala de Fernando Henrique."
Cláudio Gonzalez (São Paulo, SP)

Anemia falciforme
"Gostaria de me congratular com a Folha pela oportunidade, importância e destaque dados ao tema anemia falciforme (19/1).
O fato de o Brasil possuir mais de 70 milhões de afro-descendentes torna a anemia falciforme -doença genética mais comum entre nós- motivo de todas a atenção por parte daqueles que lutam pela consolidação da cidadania do negro.
O grupo de trabalho que coordenamos, em parceria com o Ministério da Saúde, criou em agosto de 1996 o PAF (Programa de Anemia Falciforme), que vem a ser um conjunto de diretrizes para uma ação efetiva visando o diagnóstico, o tratamento e a prevenção em todo o território nacional."
Hélio Santos, coordenador do GTI (Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra Brasileira) (São Paulo, SP)

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