São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997 |
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O Grande Irmão virtual O Grande Irmão virtual CLÓVIS ROSSI Davos - O Grande Irmão virtual vai ser apresentado este ano em Davos, na edição 1997 do Fórum Econômico Mundial, a maior concentração mundial de personalidades.Atende pelo simpático nome de Welcom (World Electronic Community ou Comunidade Eletrônica Mundial) e, os detalhes, o leitor encontrará adiante, no caderno Dinheiro. Em resumo, permite que quem manda no mundo (as autoridades dos países ricos e o grande empresariado multinacional) se reúna com os chefes de organismos internacionais e especialistas das universidades mais renomadas, para discutir o que fazer com o planeta e seus vários problemas. Reuniões do gênero, de corpo presente, sempre ocorreram. O que o Welcom faz é permitir que ninguém se mexa do escritório, porque o encontro é virtual. Os idealizadores asseguram privacidade absoluta. Mal comparando, dá aos incluídos no jogo a vantagem do jatinho executivo sobre o avião de carreira. Ambos voam, mas o jato executivo decola na hora que seu dono quer, para onde ele quer e só com quem ele quer. Mais: o Welcom oferece informação em tempo real das melhores fontes do planeta. Tudo somado, é um formidável mecanismo para quem toma decisões, no âmbito governamental ou empresarial. Não se tome o "Grande Irmão" do título pelo lado totalitário e assustador do livro de George Orwell. O Fórum Econômico Mundial é até razoavelmente democrático. Tanto que este ano virão o ministro da Reconstrução do Camboja e o chanceler da Bolívia, dois países da extrema periferia. Mas, como no resto do mundo, quem leva a voz cantante são os grandes países e as grandes empresas. Como informação sempre foi poder, informação em tempo real, proveniente de quem decide e/ou de quem detém maior dose de conhecimentos, como ocorrerá com o Welcom, torna-se um poder ainda mais impressionante. Texto Anterior: ANTONIO CALLADO Próximo Texto: O nome de um judas Índice |
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