São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Sobe para 8 o número de mortos na cidade de SP

CRISPIM ALVES
ROGERIO SCHLEGEL

CRISPIM ALVES; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Subiu para oito o número de mortos pelas chuvas desde o início do ano na cidade de São Paulo. Com isso, passa para 23 o número de vítimas fatais no Estado. Em todo o país, são 119.
Ontem à tarde, o 59º DP (Jardim dos Ipês) divulgou a informação sobre o encontro de duas pessoas afogadas na região de São Miguel Paulista, em um local conhecido como Jardim Pantanal. O dado foi confirmado à noite pela Defesa Civil municipal.
O corpo de Marcos Freire Lima foi encontrado anteontem à tarde, segundo o 59º DP, boiando no rio Tietê perto da rua João Barbosa Rabelo. Ele estava desaparecido desde a última segunda-feira. Ontem à tarde, foi encontrado o corpo de Mauro do Prado, perto da rua Duarte Martins Mourão.
Alagamentos
As chuvas que atingiram a zona sul da cidade no início da noite de ontem provocaram diversos pontos de alagamento na região.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), houve trechos intransitáveis nas avenidas Washington Luís, Água Espraiada, Santo Amaro, Roque Petroni Júnior, Lineu de Paula Machado e Guarapiranga, na marginal Pinheiros e no largo 13 de Maio. Choveu forte também na região de São Mateus, na zona leste.
Áreas de risco
Segundo a Defesa Civil municipal, cerca de 1 milhão de pessoas moram em áreas consideradas de risco em São Paulo.
As áreas da Pedreira (zona sul) e do Jardim Vila Formosa (zona leste) que desabaram anteontem, causando três mortes, tinham sido visitadas pela última vez pela Defesa Civil municipal no ano passado.
Na ocasião, nenhuma casa havia sido interditada, segundo o secretário-executivo da Defesa Civil de São Paulo, tenente David Rocha Martinez. Ele admite que uma chuva intensa ou prolongada é suficiente para mudar o panorama de uma área de risco, mas diz que, no verão, a Defesa Civil "não consegue fazer trabalho preventivo".
"Nosso pessoal está todo ocupado atendendo ocorrências que estão acontecendo ou na iminência de ocorrer", afirma. "Não dá para percorrer as mais de 473 áreas de risco para fazer reavaliação."
A Defesa Civil depende dos próprios moradores para ficar sabendo de encostas que ofereçam perigo e de locais sujeitos a inundação -critério que anteontem, de novo, não se mostrou confiável.
Nenhum morador das áreas que deslizaram fez qualquer comunicação neste mês à Defesa Civil, segundo Martinez.
O secretário disse que, para haver prevenção eficiente, seria preciso tirar os moradores das áreas de risco antes da época de chuvas.

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