São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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REDES

"Infoética", "netnomics", "cibersociedade", "digerati", as denominações, as metáforas e as utopias da era da informação continuam em estado fluido e mutante.
Tamanho dinamismo simbólico, entretanto, tem correspondência no mundo real, com fortes implicações econômicas, sociais e políticas. É, por exemplo, sintomático que o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, tenha escolhido a "revolução digital" como seu tema central, chamando a atenção para a formação de uma comunidade eletrônica mundial. No ano passado, o encontro visava o tema da globalização.
Para Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum, os "vencedores" do próximo milênio serão os que incorporarem em seus produtos, serviços, comunicações e alianças estratégicas a tecnologia digital. É interessante notar que, já nessa forma de colocar a questão (haverá "perdedores"), fica evidente o risco do surgimento de novas formas de exclusão econômica, social e política.
Na prática, já existem atualmente formas totalmente digitalizadas e globalmente sincronizadas das sociedades. Os mercados financeiros foram os primeiros a atingir esse grau de sofisticação. Reagindo imediatamente às informações disponíveis acerca de governos e economias, às vezes acabam produzindo efeitos terríveis tanto em países ricos quanto nos pobres. As ondas de especulação cambial global, por exemplo, já fizeram vítimas tanto no Reino Unido como no México.
O crucial no próximo milênio será a organização em redes de informação. Resta saber quantos estarão aptos a usufruir plenamente dela.

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