São Paulo, quarta-feira, 1 de outubro de 1997
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PM põe fim a rebelião em Brasília

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Internos do Caje (Centro de Atendimento Juvenil Especializado), em Brasília, se rebelaram ontem contra a saída do diretor da instituição, Paulo Reis. Eles entraram em confronto com a PM e jogaram um refém de cima do telhado. À noite, a PM entrou no prédio e acabou com o motim.
O refém, J.T.S., foi levado ao Hospital de Base de Brasília, com a perna direita torcida, e liberado em seguida.
Cerca de 30 jovens do pavilhão dos sentenciados subiram no telhado do Caje para fazer o protesto. Essa rebelião foi a segunda em menos de uma semana.
Na quarta-feira passada, funcionários e menores protestaram contra a demissão de Reis, que foi reconduzido ao cargo pela governadora interina do Distrito Federal, Arlete Sampaio (PT).
O governo do DF está realizando sindicância para apurar se Reis foi conivente com policiais militares que agrediram internos que fugiram do Caje há duas semanas.
Os internos se rebelaram ontem após assistir a uma reportagem em um telejornal local, no início da tarde, que dizia que Reis ia pedir demissão.
O diretor chegou ao Caje após o início do tumulto e assegurou que não sairia do cargo. Os menores se acalmaram e desceram do telhado. O tumulto recomeçou com a chegada do secretário da Criança e do Desenvolvimento Social do Distrito Federal, Osvaldo Russo.
O secretário disse aos jornalistas que estava com a carta de demissão de Reis. Os menores perguntaram a um dos repórteres, que confirmou a informação, e recomeçaram a rebelião, queimando colchões e uma bandeira do Brasil.
Batalhão de choque
O governo do DF já confirmou a exoneração do diretor do Caje. Russo anunciou que Jackson Figueiredo assumiu a direção do órgão interinamente na tarde de ontem. O secretário havia afirmado que a Polícia Militar não iria entrar no prédio do Caje e que o caso de cada interno seria estudado, respeitando os direitos dos menores.
Em seguida, cerca de 60 policiais da Patamo (batalhão de choque da PM do DF) entraram no terreno do prédio e lançaram bombas de efeito moral no telhado. Os internos responderam com pedras. Nesse momento, dois internos agarraram o refém. Os 18 líderes do movimento foram levados para o Núcleo de Custódia de Brasília, onde seriam interrogados.

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