São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997 |
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FHC diz a João Paulo 2º que família é preocupação central do governo
JOÃO BATISTA NATALI
FHC lembrou ter feito, como presidente, "a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro à Sé Apostólica". "Antecipo com grande expectativa o nosso encontro de amanhã (hoje), quando espero poder dar continuidade à conversa sobre tantos temas que ligam o Brasil ao Vaticano." O presidente também fugiu uma única vez do texto previamente preparado, para dar uma ênfase mais amistosa ao visitante. Em lugar de dizer que o Brasil recebia com o coração aberto "a um amigo especial", conforme a versão original do discurso, chamou-o de "um amigo muito especial". Nem FHC nem a primeira-dama Ruth Cardoso beijaram a mão do papa. Não é uma necessidade protocolar. O vice-presidente Marco Maciel e sua mulher tiveram uma reação oposta. Ajoelharam-se e beijaram a mão de João Paulo 2º. Pelo protocolo, o presidente brasileiro deveria se limitar a permanecer ao lado do papa, para também receber os cumprimentos das autoridades presentes ao Galeão. No entanto, com a presença de um ancião que aparentava bem mais que os seus 77 anos por suas dificuldades em andar, FHC acabou percorrendo o longo tapete vermelho o mais perto possível de João Paulo 2º, para eventualmente apoiá-lo e permitir que ele andasse com menor desconforto. Entre os que aguardavam o papa no Galeão, d. Paulo Evaristo Arns, cardeal-arcebispo de São Paulo, disse à Folha que, para os bispos, "a saúde do papa é um tesouro muito grande e que precisa ser de todo modo preservada". D. Paulo fora indagado se não discordava de que João Paulo 2' limitasse ao Rio esta terceira visita ao Brasil. A resposta do cardeal continha, de certo modo, a previsão de que desembarcaria nos minutos seguintes um homem fisicamente diminuído pela idade e pelos efeitos tardios do atentado que sofreu em 1981. Texto Anterior: Anti-recepção Próximo Texto: Para papa diz que 'desequilíbrios sociais' são desafio Índice |
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