São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997
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Projeto exclui investimento em transporte

DA REPORTAGEM LOCAL

A sessão de ontem da Câmara Municipal que aprovou o rodízio foi tumultuada e longa -cerca de quatro horas de duração, das 17h às 21h- porque a redação final do projeto que criava a operação eliminou os principais pontos sugeridos pela oposição.
A reviravolta no projeto, cuja versão anterior havia sido aprovada facilmente na terça-feira passada devido a um amplo acordo partidário, fez com que a oposição, liderada pelo PT, tentasse obstruir a votação do rodízio.
Mas como o prefeito Celso Pitta (PPB) tem a maioria dos votos na Câmara, a nova proposta acabou sendo aprovada com certa folga.
Além de não detalhar como será o rodízio, o novo projeto, preparado pela bancada governista do prefeito, suprimiu os pontos que forçavam a prefeitura a também investir na melhoria do transporte coletivo da cidade -e não apenas promover o rodízio de veículos.
No novo texto, não há menção à construção de novos corredores de ônibus nem é citado o compromisso de não reduzir a frota de ônibus da cidade -pontos que constavam do projeto votado na terça.
Também foi retirado do novo projeto de rodízio o item que estabelecia que o dinheiro arrecadado com as multas durante a operação deveria ser investido na melhoria do transporte público. O item foi suprimido por ser considerado inconstitucional.
A oposição se sentiu enganada pelo prefeito e sua bancada governista, pois achava que havia fechado um acordo definitivo sobre a proposta de rodízio.
Para o presidente da Câmara, Nelo Rodolfo (PPB), os pontos retirados do projeto não tinham nada a ver com a criação do rodízio em si. "A oposição queria incluir artigos inconstitucionais no projeto do rodízio. Por isso, tivemos que modificá-lo"', disse Rodolfo.

Mandado de segurança
O presidente do sindicato dos médicos de São Paulo, José Erivalder Guimarães de Oliveira, afirmou ontem que a entidade vai entrar com pedido de mandado de segurança coletivo para que a categoria (cerca de 35 mil profissionais na cidade de São Paulo) fique livre do rodízio municipal.
Quando da implantação do rodízio estadual contra poluição, o sindicato também entrou na Justiça, mas não obteve êxito.
A assessoria de imprensa do sindicato das empresas transportadoras de carga informou que a entidade está aguardando a regulamentação da lei para se pronunciar a respeito.

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