São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997 |
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Telebrás será dividida em 3 para venda
LUCAS FIGUEIREDO
"Nós estamos vendendo as Minas do Rei Salomão", afirmou Motta. O ministro defendeu o modelo de privatização que divide em três a área em que operam atualmente as estatais do setor. Para Motta, a decisão sobre o modelo de venda das teles será baseada na questão financeira. "É uma política de governo. Quanto mais arrecadar, melhor. Não é porque eu quis. É assim." "O fluxo de investimentos com três (áreas) é maior do que com quatro", afirmou o ministro após ouvir as propostas da consultoria McKinsey & Company. As declarações de Motta foram feitas em seminário interno sobre modelos de privatização do setor, com participação restrita de cerca de 70 dirigentes do sistema Telebrás, do ministério e consultores. Motta opinou sobre as propostas de divisão do sistema Telebrás apresentadas por Jack Barker, sócio da McKinsey & Company, consultoria contratada pelo governo. A McKinsey & Company está propondo ao governo três modelos de divisão do sistema Telebrás. Em dois deles, a estatal seria "regionalizada" em três áreas a serem assumidas por três empresas diferentes. Em uma das opções, haveria quatro áreas. A opção da consultoria propõe que o governo ofereça três áreas. Uma área compreenderia o Estado de São Paulo. A segunda englobaria AM, RR, PA, AP, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, MG, RJ e ES. A terceira, AC, RO, MT, MS, GO, TO, SC, PR e RS. Motta não disse, no entanto, qual será o modelo escolhido. "Isso (a divisão das áreas) é a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações, que será criada pelo governo para regular o setor) que vai avaliar", disse o ministro. Por duas horas e meia, a Folha teve acesso ao auditório onde os modelos foram apresentados em seminário fechado. O ministro discutiu a estratégia do governo para a privatização do setor sem saber da presença da reportagem. A Folha chegou às 11h20 à portaria do Centro de Treinamento da Telebrás, local do seminário. O carro do ministro veio logo atrás, buzinando, pedindo para passar. O ministro não estava no carro. Ele já havia chegado. A segurança do centro liberou a passagem do carro da Folha, que estava na frente do carro do ministro, sem pedir identificação. Na entrada do auditório, uma recepcionista pediu que o repórter assinasse a lista de presença e colocasse a empresa que representava, além do telefone. O jornalista da Folha assinou seu nome. E, como os demais, colocou apenas a sigla da empresa, FSP (Folha de S.Paulo). A reportagem acabou presenciando a primeira parte do encontro. No horário do almoço, a assessoria do ministro percebeu a presença do repórter e pediu que ele deixasse o local. Próximo Texto: Motta admite restringir teles a estrangeiros Índice |
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