São Paulo, terça-feira, 7 de outubro de 1997
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PR tem êxodo de aprendizes japoneses

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Diminuiu neste ano o número de jovens japoneses interessados em aprender futebol em escolas de base de clubes brasileiros. No norte do Paraná, onde o intercâmbio é maior com clubes e empresas japonesas, essa diminuição é atribuída à discriminação que os candidatos a atletas sofrem no retorno ao seu país de origem.
Mário Iramina, presidente do Ceeb (Complexo Educacional Esportivo Brasil), que mantém o PSTC em Londrina (norte do PR), afirma que essa discriminação "se dá porque os japoneses que fazem estágio no Brasil perdem um ano de escola, o que é grave no Japão".
Com 150 atletas do mirim aos juniores, o PSTC tem oito japoneses entre seus jogadores nesta temporada. Em 1995 e 1996, haviam 17 japoneses em campeonatos de base do Paraná.
Segundo o Departamento de Registro Amador da Federação Paranaense de Futebol, os clubes que mais registraram japoneses nos últimos dois anos foram o Nichika, de Londrina, com 85 jogadores, o Hyogo, também de Londrina, com 38, o PSTC, com 17, e o Londrina Esporte Clube, também com 17.
Outros clubes paranaenses, como o Matsubara (do grupo Matsubara), e o Maringá Futebol Clube, que possuíam atletas japoneses, estão hoje sem asiáticos.
Explicações
Sany Santos Souza, responsável pelo Departamento de Registro Amador da Federação Paranaense de Futebol, afirma que a menor procura de japoneses (entre 16 e 20 anos) por clubes do Estado está ligada à "difusão do futebol no Japão, com os garotos preferindo os clubes do país".
Sérgio Onishi, do Hyogo Futebol Clube -que disputa campeonatos oficiais de juvenis a aspirantes no Paraná-, tem outra explicação. Segundo Onishi, houve uma "diluição entre os clubes brasileiros dos meninos japoneses, que há dois anos preferiam estar centralizados em poucos times".
Onishi estima que haja hoje cerca de 900 japoneses estagiando nas divisões de base de clubes espalhados pelo Brasil. O Hyogo Futebol Clube, que chegou a ter quase 200 estagiários japoneses, está hoje com apenas 18 atletas, concentrados nas categorias júnior e juvenil.
Dessas quase duas centenas de japoneses, dois conseguiram vaga na liga profissional japonesa -o atacante Nunobe, no Júbilo Iwata, clube do tetracampeão Dunga, e o zagueiro Kojima, do Reisol.
Essa atração por estagiar no Brasil teve início na década de 80, quando o ponta-esquerda Kazu (maior ídolo do futebol japonês) passou pelas divisões de base do XV de Jaú (SP) e Matsubara (PR).
Kazu jogou profissionalmente no Matsubara, Coritiba e Santos antes de retornar ao Japão.

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