São Paulo, terça-feira, 7 de outubro de 1997
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Esquizofrenia

MELCHIADES FILHO

Em 1995, o empresário Glen Taylor torrou US$ 90 milhões pela posse do Minnesota Timberwolves -time(co), ginásio, direitos de merchandising, mais de cem funcionários...
Pois, nesta semana, o cidadão comprometeu-se a desembolsar 138% desse valor (US$ 125 milhões) em seis anos a um único atleta, o ala Kevin Garnett, 21 aninhos, somente dois entre os profissionais da NBA.
Por vários motivos, esse contrato, o mais alto da história de todos os esportes coletivos, uma aberração do ponto de vista econômico, tumultuou uma pré-temporada que prometia apenas sonolência.
Há apenas um ano, lembre-se, todo mundo se espantou quando o Los Angeles Lakers concordou em pagar US$ 114 milhões/sete anos pelos serviços do gigante Shaquille O'Neal, um investimento bem mais seguro do que Garnett -e, no final das contas, 20% mais barato.
Por causa dessa alta, a NBA deu início, na surdina, ao movimento do "basta".
A possibilidade de locaute (greve patronal) no ano que vem não está descartada.
Enquanto isso, esquizofrenicamente, cada uma das 29 franquias-times da liga norte-americana corre para garantir o seu futuro.
O Minnesota sabia que estaria caindo fora do mapa do basquete caso perdesse Garnett, um dos maiores potenciais de marketing da NBA.
Pensando da mesma forma, que uma equipe precisa de pelo menos um craque de expressão para sobreviver, o Cleveland se desdobrou para seduzir o explosivo ala-pivô Shawn Kemp, ex-Seattle.
Os mesmos princípios levaram -tomando em consideração somente o que ocorreu na última semana- o Phoenix a contratar o ala-pivô Antonio McDyess, o Portland a estender seu compromisso com o ala-pivô Rasheed Wallace e o Dallas a renovar com o armador Michael Finley.

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