São Paulo, terça-feira, 7 de outubro de 1997
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Pará deve ter prejuízo com jogo do Brasil

ALEXANDRE GIMENEZ
ENVIADO ESPECIAL A BELÉM (PA)

O governo do Pará deve ter um prejuízo de cerca de US$ 2 milhões com a realização da partida entre a seleção brasileira e Marrocos, marcada para a próxima quinta-feira, em Belém.
O poder público é o organizador e está bancando integralmente os custos do amistoso.
A venda de ingressos, a única fonte de recursos para cobrir as despesas do jogo, está fraca.
Até ontem, cerca de 3.000 entradas já haviam sido vendidas. Foram colocados à venda 53 mil lugares para o amistoso.
Por causa disso, os preços sofreram uma grande redução (veja quadro abaixo).
Para poder abrigar o jogo, o Estado teve que reformar o estádio Edgar Proença, conhecido como Mangueirão. Foi gasto US$ 1,77 milhão na total remodelação da praça esportiva (veja ao lado).
Ainda serão usados cerca de US$ 600 mil para pagar outras despesas -cota da CBF, hospedagem e alimentação etc.
Segundo Paulo Mota, presidente da comissão organizadora da partida, o governo paraense não contabiliza a reforma do Mangueirão como uma despesa exclusiva do amistoso.
Mota afirmou que a remodelação do estádio era um plano antigo do governador Almir Gabriel.
"O governador queria que o melhor time do Brasil participasse da reinauguração. Ele acha que esse time é a seleção brasileira."
Mesmo se todos os ingressos fossem vendidos ao preço original, gerando uma receita de US$ 1,25 milhão, o custo da reforma não seria coberto de imediato. A reforma só será "paga" ao longo do tempo.
Mas o Pará terá problemas para cobrir até as "contas oficiais". Mota afirma que as despesas só seriam cobertas se a partida tivesse, no mínimo, 35 mil pagantes.
"O governador não quer nem lucro nem prejuízo. Só quer um espetáculo para o povo", disse.
A organização espera que a procura de ingressos aumente com a divulgação da partida nas televisões e jornais locais.
A presença da equipe de Zagallo treinando na cidade também é um fator que pode servir de estímulo aos torcedores.
Cortes
Para tentar diminuir o "desastre" financeiro, os paraenses estão cortando despesas e tentando achar parceiros de última hora.
A CBF concordou em baixar para R$ 400 mil a cota de apresentação da seleção. Normalmente, a entidade cobra R$ 500 mil por amistoso.
A organização cancelou um show folclórico, que estava marcado para antes do início do jogo, e um jantar comemorativo.
Mota disse que o contrato para a realização do jogo dificulta a procura de parceiros.
"As placas de publicidade ao redor do campo são vendidas pela CBF. Se pudéssemos vendê-las, seria um bom reforço financeiro."
Para Paulo Mota, a ausências de estrelas na seleção, como os atacantes Ronaldinho e Romário, está prejudicando a venda de ingresso para a partida.
Segundo o organizador, um time de maior nível técnico poderia ter sido convocado por Zagallo para jogar em Belém.

Colaborou Estanislau Maria, da Agência Folha, em Belém

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